terça-feira, 21 de abril de 2015

O Trem

O trem de minas já passou
Nesta estação não parou
Não sei se não me viu aqui
Ou se eu já desapareci.


Kátia Bicalho – 21/04/2015

Um Sinistro

Um motoqueiro esquisito
Fez uma simulação
Jogou sua moto no chão
Quando viu a rota de colisão.

Este acidente vivido
Me deixou muito abalada
Pois nesse país sem lei
Mesmo certa me sinto errada.

De tanta tremedeira
Não fiz o que tinha que ser feito
Chamar os homens da lei
E o incidente ter desfeito.

Agora só fico com medo
Pensando no que pode ocorrer
Ai daquele magricela
Se alguma me acontecer.


Kátia Bicalho - 16/04/2015

O Homem que Quero pra Mim

Que seja bom, 
Firme nos seus propósitos,
Que me proteja,
Sem me sufocar.

Que me ame do jeito que sou
E assim também se deixe amar.
Que enxergue com olhos da razão, mas
Não seja essa sua única forma de olhar.

Que me mostre a leveza do mundo
Como numa peça de teatro.
Que siga a trilha do infinito
Deixando para mim seu rastro.

Que me deixe segura,
Que me faça quase completa
E que me levar à loucura
Seja sua brincadeira predileta.



Kátia Bicalho- 16/04/2015

Premonições

Desconheço o que invade meu coração
Situações aparecem sem minha autorização
Aí acontece o que eu pensei
Mas não foi minha intenção.

Sempre tenho pressentimentos
Mas nunca acredito neles
Quanto o fato ocorre, digo:
Porque não acreditei.

Vou tentar crer mais
Nas minhas premonições
Vou ter menos dor de cabeça
E mais acertos nessas lições.


Kátia Bicalho -20/04/2015

Amor Fast-Food e o Adeus

Na lata eu disse o adeus
Acredite em mim, deu pena
Mas você quase me obrigou
A dar fim a esse dilema.

Fim do amor fast-food
Sem compromisso, sem vínculo
Só uma química carnal
Sem pecado original.

Não consegui me apaixonar
Apenas amizade criar
Namoro de vez em quando
Sem assunto em comum para tratar.

Acostumado a viver sozinho
Não conseguia vislumbrar
Meus problemas pegando fogo
E era só eu para apagar.

Esse romance tipo "PAD"
Passou da hora de acabar
Proporcionou muito prazer
Mas demorou! Deu o que tinha que dar!

Kátia Bicalho - 16/04/2015



Quem é Você?

Quem é esse ser
Que nunca aparece
Que não me dá bom dia
Parece que nem me conhece?

Quem é você
Que nunca mostra seu rosto
Que não me manda flores
Que não me enche de ouro?

Quem é você
Que não enxerga a minha beleza
Que não sente o meu amor
Que não vê por dentro da fortaleza?

Quem é você
Que não reclama da minha roupa extravagante
Que não tira meu batom vermelho
E nem meu esmalte cintilante?

Quem é você
Que não tem cheiro de erva doce
Que não me deita na cama
Como se a única fosse?

Quem é você
Que não se enrosca de conchinha
Que não diz um doce boa noite
E nem acorda com uma rainha?


Kátia Bicalho – 20/04/2015

Santa Imagem

Imagem de barro
Tão bonita
Bem trabalhada
E toda pintada.

Com a cruz e o cordeirinho
Fica no cantinho da janela
Perto da torta vela branca
Que lança fumaça amarela.

Que paz essa imagem traz
Parece que dentro tem uma vida
Pois a pequena e imponente escultura
Muda de fisionomia durante o dia.

Que paz sinto ao tocá-la
Em frente a ela curvo em respeito                                                            
Um dia iremos saber
Qual de nós nasceu com defeito.


Kátia Bicalho - 20/04/2015

terça-feira, 14 de abril de 2015

Riso, Risada e Sorriso

Sorriso, risada e riso
Tão parecidos mais cada um tem seu tom.
Sorriso amarelo, risada virtual
Riso melancólico, risada com mancha de batom.

Tem riso com dente, sem dente
Dente torto, excesso de dente
Com dente sujo de couve, hum!
Melhor do que não ficar contente.

Risada gostosa de criança e soluço
Risada sem controle de adolescente
Risada fria, morna e quente
Risada de gente quando encontra gente.

Kátia Bicalho - 11/04/2015


Prisão sem Amarração

Auto estima
Baixa auto estima
Altos e baixos
Sobe e desce.

Batata quente
Panela de pressão
Pressão aumenta e abaixa
Piorando a confusão.

Prisão de gente
Prisão de ventre
Prisão de intenção
Prisão de opinião.

Prisão sem condição
Prisão sem decisão
Prisão de reação
Prisão de sensação.

Que cilada! É um beco sem saída
No fim nunca tem outra porta
Nem uma mudança, nem outra via
Prisão que me amarra sem corda.

Kátia Bicalho - 11/04/2015


Preparação

Preciso rapidamente me preparar
Para adversidades enfrentar
Manter o auto controle
Não dar sorte ao azar.

Preciso organizar a vida
Para não ser por ela engolida
Estar pronta e bem vestida
Para não desistir da partida.

Preciso limpar a casa e a cozinha
Para quando o visitante bater
Encontrar água pura e geladinha
E com fome ter o que comer.

Preciso preparar o espírito
Para quando o mal sair do limbo
Poder bani-lo como a um bandido
E deixar o ambiente bem limpo.

Preciso preparar o coração
Para doses maiores de adrenalina
E assim que encontrar meu amor
Sentir uma vida dentro da minha.

Kátia Bicalho- 11/04/2015





Presentes Divinos

De todos presentes que Deus me tem dado
Alguns agradeço diariamente
O primeiro obrigado infinito
É por me doar um filho tão lindo.

Das outras graças a que me rendo
O amor tem seu lugar
Pena que hoje em dia
O verdadeiro está difícil de encontrar.

O dia seguinte meu Deus,
Quanta energia no ar.
Não importa o que houve ontem
Amanhã o sol vai brilhar.

Obrigada, obrigada, obrigada,
Não canso de repetir
Por me rodear de pessoas do bem
Que me ajudam a tudo resistir.

Na condiçao de imperfeita
Ainda tenho a pedir
Pois me sinto desprotegida
Quando resolvo sair por aí.

Me livre de acidentes de trânsito
De gente violenta e ignorante
De perrengues que não se curam
De pensar em não seguir em frente.

Tirando essas ameaças
Digo mais um obrigada
Por deitar no travesseiro
E dormir sem pensar em nada.


Kátia Bicalho- 11/04/2015

Cabe em Mim

Cabe em cada gesto
Um pouco de amor
Cabe em cada luta
Um pouco de calor.

Cabe em cada casa
Um pai, uma mãe, um irmão
Cabe em cada vida
Uma luz infinita de emoção.

Cabe em cada sorriso
Uma alegria incondicional
Cabe em cada rosto
Uma ruga de traço original.

Cabe em cada bichinho de estimação
Um carinho e muito carnaval
Cabe em cada pote de barro
Uma planta ornamental.

Cabe em cada parte de mim
Um pedacinho de você
Cabe em meu paladar
Um novo gosto para provar.

Kátia Bicalho - 21/03/2015





O Beijo

Tenho uma fragilidade para o beijo
Depois de uma birita então
E se me ofereces a boca
Tenho plena convicção que não vou resistir.

O encontro de lábios ávidos
Às vezes mansos, rápidos, beijos roubados
Selinhos, molhados , profundos
São como cenas de filmes premiados.

Sei que consigo te beijar por um dia inteiro
Sentir teu gosto pelo resto do tempo
Sonhar com teu beijo toda noite
Viver o resto dos meus dias por outro beijo teu.

Kátia Bicalho -10/04/2015


terça-feira, 7 de abril de 2015

Dentro de Mim

Sou uma jovem senhora sem hora.
Sou uma clássica mulher sem tailleur.
Sou uma nova gata borralheira
Em um castelo sem eira nem beira.

Não tenho Rolex de ouro,
Não visto conjunto Prada,
Não encontrei meu príncipe encantado
Não sei onde perdi o meu velho sapato.

Sou como uma pequena estrela no infinito
Sou como um grão de areia na imensidão do mar
Sou como um pequeno inseto em um esquecido jardim
Sou um turbilhão sem fim, sou eu assim dentro de mim.




Kátia Bicalho - 07/04/2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Ana Florzina

Conheço desde menina
Essa garota Ana Florzina
Foi minha amiga de infância
A filha de Ademar e Eponina.

Vi brincar de pique e de casinha
Vi apertar a primeira espinha
Vi crescer, estudar e formar
Sempre com a mesma carinha.

Moça de fala ligeiramente mansa
Sempre demonstrou ter muito juízo
E desta forma foi conquistando
O amor de Aloízio.

Esse amor firme e robusto
Rendeu duas criaturinhas
O bonito menino Leonardo
E a linda menina Aninha.

Seu apelido até hoje é Fulô
Para se lembrar de ser sempre flor
Que humanamente tem espinhos
Mas exala nas pétalas muito amor.

Com saudade me lembro da escola
A melhor turma da nossa cidade
Mesmo que o tempo passe
Manteremos firme nossa amizade.

Kátia Bicalho - 03/04/2015




domingo, 5 de abril de 2015

Eu me Peço Perdão

Eu me peço perdão pela insanidade
Eu me peço perdão por não viver o amor
Eu me peço perdão por fantasiar e me iludir
Eu me peço perdão por tanto dissabor.

Por me culpar o tempo todo
Por ser tão sonhadora assim
Por fantasiar uma história de amor
Que não vai passar de um pesadelo no fim.

Por sentir coisas que custam a passar
Por não saber que o inimigo sou eu
Que o sentimento é todo e somente meu
Que o sonho ainda não morreu.

Por achar que é visível meu pensamento
Que minha alma é vista vagando
Que na costura do peito rasgado
Meus desejos estão se tatuando.

Por remoer fato passado
Por nele viver e morrer
Por sentir pena de mim mesma
Por não me conhecer.

Resta agora aguardar esse perdão
E com altruísmo e humildade
Estender a mim mesma a mão
E enxugar a lágrima da solidão.


Kátia Bicalho - 22/03/2015





Sem Som

Música,
Que música?
Isso lá é música?
É uma afronta aos meus tímpanos
Seletos e sensíveis.

É música para jovem, dizem
Jovem que já não sou.
É música para o povo
Esse povo comeu ovo?

Nasci para o silêncio
O externo e o da alma
Nasci para a utopia, para o nada ser
Não sou com o execrável, calma.

Nasci para um mundo silencioso
De acordes puros e gemidos suaves
Para esse abominável que aí está
Eu não existo mais.


Kátia Bicalho - 05/04/2015

Encontro Com a Solidão

Estou em profundo encontro com a solidão
Como é forte essa senhora
Me estrangula até arrebatar a alma 
E dilacerar meu coração.

Me soca a boca do estômago
Com tanta força e precisão
Que me sinto como um prato
Cheio de sopa de suco gástrico.

Meus olhos desfiguram o espelho
Nele não me reconheço
Essa figura tosca sem brilho
E também sem história não sou eu.

Quero meu brilho de volta
Quero me resgatar
Quero acabar com o ácido
Quero sair deste lugar.

Kátia Bicalho - 05/04/2015


Lázaro

Levanta e vai
Como Lázaro levanta e anda.
Mas quem está no comando sou eu
E eu não faço milagre
Eu não me obedeço
Finco o pé e fico.
E não ressuscito.


Kátia Bicalho - 04/04/2015

Menina Borboleta

A menina borboleta voou rapidinho entre nós
Mas descobrimos muito antes
Que era um anjo disfarçado
Que Deus havia nos mandado.

Seu semblante triste e sereno
Parecia olhar para cada um de nós
E transbordava tanto sentimento
Que foi de muitas almas o alento.

Esse anjinho disfarçado
Passou por muito penar
Mas conseguiu nessa terra
Fazer muito amor jorrar.

O meu pranto hoje  meio solitário
(Choro por ela, mas como, se nem mesmo a conhecia?)
Mas é coisa de anjo, que consegue, mesmo na dor
Abraçar a todos com suas asas de amor.

Descanse Clara borboleta
Seu sofrimento não será em vão
Como Cristo crucificado
Muitos não entenderão agora, sua missão.

Kátia Bicalho - 05/04/15