sábado, 30 de abril de 2016

Se Soubesses

Se soubesses
Quantos vezes abro tua página
Se soubesses
Quantos vezes admiro tua foto.

Se soubesses
Quantas vezes pesquiso teu nome
Se soubesses
Quantas vezes vejo os vídeos que postas.

Se soubesses
Que faço isso para sobreviver
Se soubesses
Como é importante para mim te ver.

Se soubesses
Que não curto nem compartilho para não te constranger
Se soubesses
Que a ti continuo amando e desejando sem querer.

Kátia Bicalho – 30/04/2016


sábado, 23 de abril de 2016

Penso em Ti

Vontade de ver uma coisa bonita,
Penso em ti.
Vontade de comer algo gostoso,
Penso em ti.

Vontade de me molhar na chuva,
Penso em ti.
Vontade de ganhar um beijo roubado,
Penso em ti.

Vontade de ver novela deitada no sofá,
Penso em ti.
Vontade de tomar uma cerveja no bar,
Penso em ti.

Vontade de voltar pra casa,
Penso em ti.
Vontade de não pensar em nada,
Penso em ti.

Por isso te peço:
Deixe-me sorver tua presença
Ou me devolva os espaços
Para que eu possa pensar em mim.


Kátia Bicalho – 19/04/2016

domingo, 3 de abril de 2016

Rotina

Amo acordar cedo e levar meu filho para o colégio
Ir para o trabalho e cumprir minhas tarefas
Voltar para casa, escutar Paulinho Pedra Azul ou Ana Carolina ou...ou...ou
Fazer o almoço esperando o filho chegar
Almoçar com ele na mesa posta pela metade
Assistir ao noticiário local até o sono vencer
Tirar um cochilo daqueles.
Depois seguir a ordem do dia:
Viver o que tiver para ser vivido.
Carpe Diem!


Kátia Bicalho- 03/09/2015

Cabelos Brancos

Doce cabelo branco
Experiência de vida e amor incondicional
Colo manso e aconchegante
Mãos calejadas, caladas, macias
De quem viveu outros tempos.

Só que não!

Nada a ver com cabelo branco de hoje
Que cheio de vida e malícia
Procura a juventude em toda parte.
O chá, a sopa e a canja
Foram sinistramente substituídos.
Os temperos são bem mais caros,
Impera o cheiro das bebidas e cigarros.

Só que não!

As mãos continuam macias
Apesar das experiências acumuladas.
Amores maduros e imperfeitos
Amor solúvel e passageiro.
Diferentes formas de amar
Procurando a felicidade encontrar
Sem muito tempo a perder
Este sou eu e também é você.

Kátia Bicalho

16/08/2015

Rumo a outro lugar

Bota a mudança no caminhão,
Amarra todos os troços e destroços,
Pisa no acelerador,
E, na descida, lembre-se dos freios.

Nessa bagagem pesa muito
O nada que sobrou de tudo.
A foto pesa mais que a porta,
Retratos cortados se dobram na dor.

Finja que não vê cair pelo caminho
Momentos que deverão ser esquecidos,
Lembranças dolorosas sem sabor,
Mas, cuidado com os vinhos envelhecidos.

Ao chegar ao destino,
Descarregue tudo bem devagar,
Sem desespero, sem pressa
Deite, durma e nem pense em se levantar.



Kátia Bicalho -19/08/2015

Diferença

Tem diferença sim
O céu que vejo aqui
E o céu que vejo lá.
Lá é todo estrelado,
Envolvido por uma brisa suave.
Visto do velho quintal e lá fora
Ruídos tão peculiares e familiares.

Tem diferença sim
O povo na Igreja aqui
E o meu povo lá.
A fé lá é mais forte e a religiosidade
Mais verdadeira.
Uma coisa existe em comum
Lugares marcados.
Uns sempre à direita e outros
Sempre à esquerda.

Tem diferença sim
Sentar-se à praça no final de tarde.
Praça aqui?
Só lá.
Os banquinhos de cimento sob árvores
O cair da tarde
Carros que passam correndo
Antes eram poucos, hoje estão em bando.

Tem diferença sim
Esse amontoado de prédio aqui
E as casas com suas marcas registradas,
Com histórias intermináveis para contar.
Mudou tudo
Ou não mudou nada?
Não sei a resposta.
Cada um vive seu tempo
E cada tempo tem a sua marca.

Kátia Bicalho – 10/03/2016




Chama de Vela

Chama de vela
Sempre oscilante
Sempre acesa
Em sinal de velha crença.

Chama que ilumina
Chama que faz crescer a fé
Chama que espanta o mal
Chama que aquece com seu sinal.

Luz que oscila
Que balança na visão
Que flutua, que dança
Que cria sombras na escuridão.

Luz que acalma
Luz que irradia paz no coração
Luz que protege  
Luz que derrete a cera na mão.

Kátia Bicalho-28/07/2015



Coragem

Se tiver com medo,
Vai com medo mesmo
Se não tiver coragem
Vai com o que tiver
Se não for
Nada vai acontecer.
Mas se for
Tudo pode mudar,
Tudo pode renovar,
Nada ficará como dantes
No quartel de Abrantes!

Kátia Bicalho- 19/08/2015


sábado, 2 de abril de 2016

Passado a Limpo

Tirei a limpo o seu sumiço
Não poderia ficar com a dúvida para sempre
Para sempre é muito distante e não dá para aguentar
No imediatismo da vida atual melhor clarear tudo pela frente.

Comunicação via satélite, rápida, em qualquer lugar,
Impossível esperar a próxima viagem,
O próximo improvável encontro
Para desfazer, desse deserto, a miragem.

Vem sempre o medo do não, da rejeição, do desprezo. 
Mas um não dito com delicadeza e beleza, tem gosto de talvez.
Não quis te assustar e nem te cobrar
A força das palavras escritas não foram para espantar.

Foi a forma que encontrei para registrar o momento
Intenso, fugaz, com uma imagem tão significativa.
Beleza que pode passar desapercebida
Mas não para uma alma de poetiza.

Te vi, te beijei, te amei, te desejei,
Não te vi, não te beijei, não te amei e acho que te perdi.
Ainda não esqueci porque é lindo lembrar,
Mas, não paro no tempo, preciso caminhar.

Ar rarefeito me sufoca.
Preciso de muito ar para me recompor.
“A vida me prestou esse favor
Me fez sempre pronta para um novo amor”.

Katia Bicalho.  02/04/2016