domingo, 11 de dezembro de 2016

Agradecimento a Vida

Obrigada pela infância feliz
Pela adolescência emburrada
Pela mocinha do interior
E pelo caminho traçado.

Obrigada pelo meu gênio forte
Pelas minhas decisões
Pelo dom de tocar violão
Pelas noites do Sobradão.

Obrigada pelos dois concursos em que fui aprovada
Pelo curso de psicologia, porta aberta
Pela decisão sublime de ter um filho
Em idade já avançada, e, ter sido tranquilo.

Obrigada pela minha família,
Certeza de presença na hora exata,
Pelas secretárias que me ajudaram
A seguir em frente a jornada.

Obrigada pelo colégio perto de casa
Pelo seu ensinamento cristão e cidadão.
Pela aposentadoria na hora certa,
Pela vida que ainda me cerca.

Obrigada pelos amigos antigos e novos,
Pelo trabalho que executo com prazer,
Pela Gamôra que veio me fazer companhia
E me tirar da zona de conforto.

Só tenho a agradecer,
Nada a arrepender.
Tudo que fiz e faço
É o que consigo fazer.

Kátia Bicalho

26/09/2016

Jogo do Amor

Quem joga esse jogo
Sabe o quanto doí perder
Mas, se, se ganha,
O resto é só prazer.

Arriscado é,
Como todo jogo.
Mas vale a pena arriscar
Para no futuro não se cobrar .


Kátia Bicalho – 11/08/2016

Como será minha casa

Na minha casa terá um cachorro
E  tantos quantos forem seus filhotes.
Uma calopsita para substituir Neymar
Um gato, um rato e um besouro.

Terá uma tartaruga, um papagaio,
Bombom Sonho de Valsa na bomboniere,
Vinho tinto no balde de gelo,
Um chinelo velho para arrastar.

Sabem que imagem me vem?
De Maria Amélia com o Toninho,
A índia e o oficial,
A ateia e o religioso.

Sempre me achei parecida com ela:
Um tanto antissocial,
Um pouco na sua,
A cabeça de acordo com a lua.

Vejo com serenidade essa semelhança
Pelo que sei ela foi muito feliz,
Apesar dos óculos fundo de garrafa
Pendurados na ponta do nariz.

Kátia Bicalho - 15/10/2016


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O mundo e a roda

O mundo gira, gira o mundo
Roda para todo lado
Sempre redondo e azul
Nos mostra o norte e o sul.

Nessa bola leve e flutuante
Cheia de gente e ambulante
Sempre tem alguém que inventa a roda
E grita no alto falante.

Aí a gente percebe
O quanto tudo é fugaz
Que por mais que os anos passem
Continuamos como nossos pais.

Tudo é cíclico, sazonal
Outono, Inverno, primavera, verão
A natureza com seus bilhões de anos
Nos ensina que somos meros humanos.

Kátia Bicalho

15/10/2016

Fundo do Poço

Chegar ao fundo do poço
Sem ter cavado o buraco.
Caí sem perceber e me jogaram só osso
Me afundei até o pescoço.

Preferi ficar só
Até sentir vontade de subir,
Escalar os primeiros degraus
E desse fundo sair.

Escalada dura e solitária
Que apertou o peito e o coração.
Apertou o estômago e o abdômen
Sem diferença entre mulher e homem.

Foi necessário muita espera
Para a lucidez alcançar.
Passar um, dois, três dias
Até o mês completar.

Na demora para no topo chegar
Só ajuda a certeza que tudo vai passar.
Nessa andança todo o tempo e sentimento
Em vida nova vai se transformar.

Kátia Bicalho

17/09/2016

SamBHar

Quem disse que BH só tem bar
Quem disse que BH não tem mar
BH tem tudo isso e muito mais
Porque tem samba e sabe amar, amar, amar.

Sambo miudinho
Sambo forte
Sambo até o sol sumir no monte
Me lanço no samba gostoso de Belo Horizonte.

Samba de pobre, samba de rico
Samba de quem nasceu pra sambar
Mesmo quem não tem eira nem beira
Samba e levanta poeira.

Sambe, sambe, sambe sem parar!
Sem sapato pra ponta do pé levantar.
O samba é santo, o samba é encanto,
É aqui e agora que quero “samBHar”.

Kátia Bicalho

28/09/2016

Tum, tum, tum tum

Intermináveis, sequenciais
Da hora que inicia e termina o dia
Poeirão que sobe
Cheiro que exala no ar.

Tem obra na vizinhança
Se não é do lado esquerdo
É do lado direito e se não for
É de cima ou de baixo.

Tum, tum, tum, tum
Primitivas ferramentas
Força humana conjugada
Adequação de espaço.

Só de pensar em obra por fazer
Minha mente tende a doer
Haja tolerância e ouvido
Pro labirinto não se perder.

Kátia Bicalho

11/10/2016

Doce Sabor do Doce

O pedaço desejado do chocolate
Vai sendo dissolvido pela saliva,
Lentamente degustado pelas papilas
E, finalmente, escorre com prazer pela garganta.

Ao passar o último pedacinho
Aparece o gostinho de quero mais!
Aí, sem conseguir resistir,
Mais uma barrinha vai passar por ali.


Kátia Bicalho – 26/11/2015