sábado, 2 de setembro de 2017

Menino Ash

Ash é um garoto
Esperto e bem legal
É figura de desenho
E tem também seu lado mau.

É valente, salva companheiros
Mas não é sempre considerado herói.
Tem constante ao seu lado um melhor amigo
E a injustiça é o que mais lhe dói.

Anda de carrinho de rolimã, joga queimada
Pula corda, teca com bolinha de gude.
É visto como um menino esquisito
Porque joga futebol de kichute.

Ash será eternamente um garoto
Pois é fruto do imaginário.
Resiste a mitos e verdades
E joga no lixo um mundo de vaidades.


Kátia   Bicalho – 23/08/2017


Saco de Pó (Bicho do Cesto)

Oh meu Deus!
O que foi que aconteceu
Com os contos e estórias
Da minha preciosa infância?

Sexualizaram e encheram de preconceitos
Todas as delícias que vivi.
Não posso cantar mais: “comi uma cenoura com a casca e tudo,
Tão grande ela era, fiquei barrigudo”!

A ciranda: “Atirei o pau no gato”
Até o trocadilho já foi alterado.
Passar o anel, nem se fala!
Pera, uva ou maçã, assédio!

O lobo mau, virou pedófilo e também comeu a vovozinha;
O menino de madeira não pode mentir que o lenho cresce;
O Saco de Pó (bicho do cesto)
Pode ser hoje, chave de cadeia.

Ainda bem que a gente envelhece,
Porque se tivesse que voltar a ser criança
Acho que seria uma menina triste
Pois tudo que fizesse apontaria para mim um dedo em riste.


Kátia Bicalho – 07/08/2017

Rolé de Ray Ban

Tem certo dia
Que parece ser diferente
E, com uns óculos Ray-Ban,
Não tem concorrente pela frente.

O mundo parece girar em seu redor
Todos os olhares se fixam em um ser só
E este, como um rei, nu com a mão no bolso
Caminha com a coluna ereta e o nariz para o sol.

A auto estima em nível máximo
A confiança em si, ré, mi, fá, sol, lá e si dane.
É um dia diferente na rotina desse ente
Aí a lua chega, o ser deita e se entrega ao inconsciente.


Kátia Bicalho – 07/08/2017