domingo, 15 de julho de 2018

Duplinha de Dois


É muito fofo
Uma duplinha de dois
Normalmente dois irmãozinhos
Cada qual mais engraçadinho.

Tem também duplinha de três
Tem até de seis
E quanto mais vem chegando
Mais amor se semeando.

Ôs duplinhas abençoadas!
Alegria, criatividade,
Olhinhos brilhando, sorriso gritando,
Energia positiva espalhando.

Que Deus proteja todas as crianças
Do Brasil e do mundo
Que elas recebam muito carinho e amor
E um olhar especial de Nosso Senhor.

Kátia Bicalho
09/06/2018

Estrogonofe


Aprendi que originou-se na Rússia
Será que combina com vodka?
É a comida curinga da mesa
Feito na panela de barro e servida antes da sobremesa.

Vem visita hoje
O prato é estrogonofe.
“Tô com muita fome mamãe”
Venha que faço estrogonofe.

Acompanha milho, batata palha.
O prato fica com um tom amarelo
O arroz branquinho e soltinho
Torna o desenho ainda mais belo.

E é mesmo muito bom
Tem gente que costuma o prato lamber
Todos comem com prazer
Fica a dica, muito fácil de fazer.

Kátia Bicalho
09/06/2018

Garçom Amigo


Garçom, saiba que o meu amor platônico
Grande e inexistente amor
Vai se casar, não,
Já se casou.

Casou, mudou
Não me convidou
Nem a mim, nem a ninguém
Quem viu, viu. Será mesmo que existiu?

A ficha não caiu
Quero crer, mas não posso acreditar
Casar para quê?
Quando será que vai se separar?

Torço pela felicidade do noivinho
Jamais lhe desejarei o mal
Apenas quero que, com sua luz acessa à noite,
Pense um pouquinho em nosso carnaval.

Kátia Bicalho
09/06/2018

Símbolo da Vida


Fazendo um túnel do tempo
Uma recapitulação da vida
Para procurar um símbolo
Que represente a história vivida.

Fui rolando pela linha do tempo
Passando pelos ciclos dos acontecimentos
Não descobri nenhum monumento
De hoje até o nascimento.

Vou escavacar mais profundo
Pois não me conformei com essa falta
Qual imagem do meu eu teria melhor efeito
De virtude ou de defeito?

Algumas imagens constantes:
Peixes, trevo de quatro folhas, pedra, água
Jabuticaba, olho, luz, dente, cruz, funil
Mas até agora foi o violão o que mais seduziu.

Kátia Bicalho, 14/07/2018.

Síndrome do Caranguejo


Ilusão, pura ilusão
Espelho quebrado
E luz apagada.

Pode ser também
Espelho cruel
Imagem pura e fiel.

O que se passa
Na alma? Eu sei:
Transparência e invisibilidade.

A falta de significado
E de importância pesam
Os óculos embaçados, cegam.

Os caranguejos do balaio não vão sair
Um puxa o outro para baixo
Se aqui me encontro, aqui te acho.

Kátia Bicalho
01/07/2018

Que Arte é Essa?


Que arte é essa
Que bloqueia a criatividade
Que só valoriza a beleza
Que não tem individualidade?

De quem é essa arte
É minha ou dela,
Qual significado vai ter
Que reflexão vai levar a fazer?

De novo o estômago às avessas
Bombardeio de ideias e pensamentos:
Vou questionar ou vou parar?
Vou de ônibus ou deixo o carro no estacionamento?

Primar pela beleza e pelo acabamento
Não é bem por aí meu discernimento
Crio projetos e coloco em ação
Escuto menos meu olhar e mais meu coração.

Para tudo! Para o mundo que eu quero subir
Inspira, expira, respira.
Se estou aqui é aqui que deveria estar
Então, o que posso aprender e também ensinar?

Coração aberto, mente oxigenada
Energia com foco na imaginação
Posso embrulhar meu projeto em cetim
E sair por aí procurando a pedra certa para mim.

Posso também continuar
Na minha arte, beleza colocar.
Minha mensagem será dada
E aos olhos dos outros, admirada.


Kátia Bicalho – 13/07/2018

Home Sweet Home


É proibido gastar, é proibido ficar em casa
Se gasta, é compulsão
Se fica em casa, é sinal de “deprê”
Ou será de maturidade?

Se gostar de ficar em casa é patológico
Então sou a Maga Patológica;
Se é sinal de maturidade,
Estou caindo de madura e já posso ser colhida.

Minha casa tão pequenina
Sete cômodos tão bem distribuídos
Se bem que às vezes parece um castelo
Outras, uma lata de sardinha ou doce de marmelo.

Meu cantinho do céu
Minha poeira acumulada
Meu sistema de mil informações
Meu ateliê de confusões.

Todo dia ao sair de casa agradeço a Deus
Ao entrar em casa agradeço em dobro
Está precisando de reforma, está
Mas, nem por isso, parece um lar de ogro.

Belo Horizonte, 15/07/2018