sábado, 29 de junho de 2019

Arrumadinha


Frente fria
Costas quentes
Meio ardente
Boca com pasta de dente.

Frente rebocada, com alfazema perfumada
Boca de batom besuntada
Casa velha pintadinha
Fica até engraçadinha.


Kátia Bicalho
22-02-2019

Caminhada


Um dois, feijão com arroz
Que combinação acertada
Igual os meus gambitos
Quando estão em caminhada.

Um, dois, um, dois
Passo a passo, seguindo a estrada
Cada passo é um pé
Ou só conta se forem os dois?

Eita mundo engraçado
Até passo é mistério a se desvendar
Onde um pé pisa
O outro nunca vai pisar.

Cada um tem seu espaço
Se respeitam e se completam
São irmãos, são fraternos
Vão pra frente se eu quero.


Kátia Bicalho
14-02-2019

Bolo da Vida


Não tem receita nenhuma
O bolo que cresce aqui, encroa acolá
O que fica fofo cá
Nem faca elétrica corta lá.

Tem muita gente que distribui receita
Mas quando a gente vai seguir
A medida não cabe em nossa gamela
Nem na forma, que nem untada está.

Na vida, cada bolo é um bolo novo
É uma receita única que ninguém pode seguir
E o que se vê é muito bolo queimado
Assando por aí.


Kátia Bicalho
14-02-2019

Outros Carnavais


Estou muito atenta
Às mudanças do meu ser
Corpo e alma
Era assim que queria ser quando crescer?

Paladar, audição, tato
Não estão em sua nata condição
O gosto pelo carnaval
Nem imita o antigo astral.

“Tô nem, tô nem aí”
Não estou nem preocupada
Aliás, eu, essa euzinha aqui
Não tenho culpa de nada.

“Se o mundo acabasse amanhã
Sabe o que eu faria
 Passava a última noite meu bem
Em sua companhia. “

E virava um caneco na folia!!

Kátia Bicalho 29-06-2019

Maiores Mudanças


Era como coruja, noturna
Agora, mais que galo, diurna, só não faço cantar
Feriado, férias, sábados e domingos eram amados
Agora, espero impacientemente a segunda chegar.

Bebedeira noite a dentro
Cantoria nas altas madrugadas
Hoje, só uma taça de vinho canção
Porque é bom pro coração.

Muita farra, amigos, namoros
Hoje, pago pra só ficar
Em silêncio, música baixinha
Bem "Zen" a meditar.

Pegar a 381 conhecida como rodovia da morte
Era caminho da roça sem medo algum
Hoje, só com muita sorte
Pra enfrentar a senhora da morte.

Ficar em casa em dia festivo
Levava à “deprê” e ao tédio.
Hoje, lar doce lar é o que digo
Quando chego na sexta e só saio no domingo.

Kátia Bicalho  
31- 12- 2018