sábado, 12 de setembro de 2020

Novo Labirinto

 Do sonho leve

Ao medonho, quase  insano,

A vida de todos nós

Se parece um labirinto estranho.

 

Imagine ver o mundo de cima

Quais cenas veríamos mais,

Gemidos em leito proibido da amada ou

Gritos de pavor da navalha afiada?

 

Como seria o julgamento

Pela lei do homem ou pela do livramento?

Quem atiraria a primeira pedra, redonda,

Sendo visto de cima, sem teto nem sombra?

 

Kátia Bicalho – 16/102019

Ilusão de Folia

 Se tem época boa pra descontar o ano minguado,

Em nosso país, se chama carnaval.

Nesse tempo queira ou não queira                         

Um bloquinho você vai seguir.

 

Entre suor, cerveja, dança

Provavelmente um beijo vai surgir

E nesse momento se joga

Se esquece do amanhã e do porvir.

 

Aí o amanhã chega, normalmente com cinza na testa

Daquele beijo, só lembrança.

Que te infla o ego, te joga nas compras.

Lavada a cinza, só a dívida te resta.

 

 

Kátia Bicalho – 17/03/2020

 

Moço Bom

 Moço bom, belo e charmoso

Jovem mancebo solto no ar

Inteligência ímpar, pragmática

Experiência consciente de um vencedor.

 

Muito jovem para seu imenso saber,

Muito jovem para criar um ser,

Muito jovem para homem ser,

Muito jovem para se entristecer.

 

Porte atlético, alto esguio

Roupas sujas maltrapilhas, quase mendigo

O dever o chamando à labuta

Para cumprir seu destino e vencer a luta.

 

Kátia Bicalho – 17/03/2020

A Paz e a Lua

Em noite alta de lua cheia

Apaguei as luzes para ir dormir

Ao instaurar a escuridão

Estranhamente senti paz e emoção.

 

A lua com toda intensidade

Invadiu a escuridão do meu lugar

Entrando assim sem se convidar

Conseguiu atingir minh'alma, esse íntimo lugar.

 

A casa clara pela luz da lua

Me deixou livre para navegar

Talvez voar, talvez andar na rua, nua

 Sem me importar com a dor ou a doçura.

 

 

Kátia Bicalho = 17/03/2020

Lua Especial

Apareceu linda

Grande e luminosa

Chegou mais perto da terra

E se destacou no meio da noite.

 

Me fez ter sonhos

Prateados, dourados,

Da cor de palha de milho,

De fita amarela no laço.

 

Sonhos da cor do seu chapéu,

Aquele que vem com um sorriso,

O sorriso que vem com um beijo,

O beijo com um enorme desejo.

 

O mundo estancou no tempo

A perfeição parou naquele momento

A ilusão no passado inexistente

O desejo num futuro incandescente.

 

Kátia Bicalho – 06/03/2020