domingo, 4 de maio de 2014

QUERÊNCIA

Queria escrever coisas leves
Estar alegre
Mais alegre
Queria ver o mundo diferente
Colorido
Mais colorido
Queria sentir forte a fé
A verdadeira fé
Crer mesmo
Queria ter um amigo
Bom ouvinte
Compreensivo
Queria querer menos
Querer pouco
Querer real.


Kátia Bicalho – set/1982

NOVA ILUSÃO

Mais uma emoção
Mais uma vez coração bate forte
Mais uma presumível decepção.

Se ficar parada perde a oportunidade
Se for rente em frente
Pode se perder na ilusão.

Não tem receita de bolo
Não tem mágica nenhuma
Não tem idade que conte
Coração é atemporal.

É também traiçoeiro
É coragem e covardia
É caminho é sombra
É medo e vontade.

Cabeça é para pensar
Com o coração não adianta conversar
Ele sempre teima em experimentar
E o tempo depois dirá.

Kátia Bicalho– 24/12/13

MEDE SINA

Viver, viver
Viver e sofrer
Sofrer e morrer
Morrer, renascer.

Neste ciclo de vida
Incluo minha sina
Para transformar a estrofe
Através da medicina.

Viver e sofrer
Só se for por amor
Pois paixão com outra se cura
E a dor se desestrutura.

A outra no entanto
Só causa desencanto
Nesta vou atuar
E vida nova ofertar.

Kátia Bicalho – 16/02/14 . Fiz para Maria Eugênia levar para faculdade, a pedido dela.

ANTÔNIA CLAUDINA

Diz a lenda que a carruagem
Toda dourada e florida
Deixou pequena criança
Como gratidão pela acolhida.

Linda, loura e de olhos azuis
A pequena cresceu imponente
Pois tinha rodando no corpo
Um sangue nobre, diferente.

Essa criança de quem falo foi minha tataravó
E dizem que sua história enterrada está
Numa garrafa bem arrumada
Na fazenda onde foi deixada.

Vida longa teve a moça
E como herança deixou
Um sangue azul em nossa veia
Que muito exigente nos deixou.

Minha prima maneira
No túmulo da outra sapateia
Pois culpa o sangue azul
Por estar ainda solteira.

Kátia Bicalho – 16/11/2013

LUMEN

A música ressoa pelos ares
Infinitum est o orgulho
Petit enfants enchem o espaço
Contralto, mezzo, sopranos ao vento.

Cantam e encantam
Tornam a cantar e a encantar
Aplausos de pé, bravo!
Muitos emocionados a ovacionar.

Sob astuta regência
Seguem divertindo a todos
O coral nascendo vai
O encanto crescendo vai.


Kátia Bicalho- 11/11/13

JÁ É NATAL

Primeiro de janeiro
Ano novo vida nova
Vontade de renovar
Esperança a transbordar.

No mesmo mês, no dia de Reis
A Árvore de Natal vou desmanchar
Com muito carinho e cuidado
O presépio vou guardar.

Passo uns dias sonhando
Como foi bom o fim de ano
E quando acordo é dezembro
E ele está novamente chegando.

Me espanto quando vejo
Em todas as lojas da cidade
Luzes, enfeites e brinquedos
E um Papai Noel de verdade.

Mesmo assim volta a alegria
De nova árvore montar
Trazendo harmonia
No gostoso encontro familiar.

Kátia Bicalho – 22/11/2013

INTERIOR

Silêncio
Silêncio estranho
Silêncio tranquilo, morno
Silêncio zumbido inquietante
Sem esperança, sem força, sem brilho
Sim o sol está presente clareando
Clareando sol, clareando só
Não é de mim que falo
É de uma cidade
Que parece triste
E eu, presente nela
No interior dela.


Kátia Bicalho - 11/11/13

HISTÓRIA DE AMOR

Se conheceram em viagem de férias
Uma mulher e um homem de uma beleza só
Parecia conto de fadas
Numa cidade onde nascia o sol.

Foi amor a primeira vista
Um  homem de verdade!
Seduzia com seus beijos
E com sua personalidade.

Em mulher a transformou
E com que carinho o fez
Se sentiu  tranquila e confiante
Mesmo sendo a primeira vez.

Eram tão apaixonados
Cada encontro uma emoção
Foi paixão avassaladora
Como um filme de ficção.

Tudo acabou muito estranho
Até hoje ninguém sabe a motivação
Dizem que valores familiares
Deram um tom na questão.

Nunca mais se encontraram
Cada qual seu rumo seguiu
Mas foi uma história tão bela
Que em poesia ressurgiu.


Kátia Bicalho – 13/12/13

JARDIM

Cada dia que amanhece
Tem um broto no jardim
É só regar novamente
A flor surge sorrindo para mim.

Se pudesse plantaria em toda parte
Quebraria o negro asfalto
Onde colocaria verde grama
Para deitar e rolar com quem se ama.

Belas árvores frondosas
Plantas robustas e formosas
Que com o vento, em  linda dança,
Espalhariam a esperança.

Se esta rua fosse minha
Eu mandava modificar
Minha rua então seria
Um jardim espetacular.

O orvalho da manhã
Todas as flores vai molhar
E à noite no silêncio
Pensarão em desabrochar.


Kátia Bicalho – 16/11/2013

ESCREVER MAIS

Escrevo assim
Com hora senhora
Ideias surgem da luz
Coloco-as para fora.

Indo para o lado da dor
Mas voltando a realidade
Seguindo por onde for
Relendo a raridade.

Pesamentos no liquidificador
Misturam dor com amor
O ar quente das narinas
Incendeiam as rimas.

Onde buscar emoção
Num espaço tão pequeno
Neste silêncio estranho
Sons cheios de veneno.

A mente sombria e acamada
Tira sua máscara suada
Refresca seu sentimento
Renova sua alma travada.


Kátia Bicalho – 11/11/13

EFEITOS

As gotas que caem do infinito
Apagam a poeira do mundo
Enchem de luz e vida as plantas
Acendem a fome de viver.

São efeitos muito entorpecentes
São puros e fortes como um dia que nasceu
Traduzem o mistério de ser
De maneira tão sensível
Que custamos a compreender.


Kátia B – 09/02/1981

DECRETO 2

Se ele fosse vivo
Saberia como lidar
Com situação tão difícil
Que teima em atormentar.

Mas hoje qualquer vivente
Vive tanta coisa diferente
E nesse batente
Tem pouco tempo para outra gente.

Pensamento força noite e dia
E não encontra solução
Oxalá venha um decreto
Pondo fim nesta questão.



Kátia Bicalho – 17/11/13

CHUVA

A chuva veio com força
Depois de grande estiagem
Lavou as ruas e casas
E melhorou toda folhagem.

A cidade como sempre
Parou e se embananou
Os veículos atordoados
Buzinam feito aloprados.

A aragem que entra pela janela
Refresca ambiente e coração
Pois noticia que com a chuva
Água pura falta não.


Kátia Bicalho – 17/02/14

CASTELOS

Quero me deitar com você
Numa cama de espinhos.
Quero morrer de dor.

Quero gritar e sentir cansaço,
Quero dormir e acordar nua
E andar assim pela rua.

Mas quero cobrir o meu rosto,
Quero que me joguem pedra,
Quero sangrar até o fim.

Quero atravessar montanhas
Andar quarenta dias talvez.
Passar pelo meio do mar.

Quero andar num cometa,
Virar estrela, transformar, transformar,
Voltar a ser gente e morrer.


Kátia Bicalho – 10/02/1981

ATUALIDADE

O mundo está carente de amor
De sonho, solidariedade e respeito
O medo toma conta da sociedade
E a impunidade do mundo do crime.

Os prazeres são terrenos e fugazes
Os vínculos frágeis e sensíveis
As relações andam na corda bamba
E as pessoas pouco confiáveis.

Para tudo! Podemos viver melhor
Temos que viver melhor
Depende da mudança de cada um
Mas junto com a mudança de todos.

É hora, é agora!
Rede social está aí, comunicação fácil e ágil
Grande impacto, para o bem ou para o mal
Vamos ser felizes agora, hoje e sempre.


Kátia Bicalho – 15/04/14

ANGU COM COSTELA

Prato bom, prato gostoso
Que só de ver dá água na boca
Provar então vira festa
Sujando a cara com o molho.

Depois de longa prosa e
Cafezinho na caneca
Só nos resta num cantinho
Ir tirar uma soneca.


Kátia Bicalho – 16/11/2013

À VOCÊ

Que fez o meu tipo
Que achei bonito
As vezes não.

Que chegou conversando
Acabou me beijando
Que confusão.

Que não queria a mim
Você é bem ruim
Alain Delon, pois sim!

Sempre no meu trajeto
E com papo de mulher objeto
Essa não!

Te dedico isto sem querer
E dê no que dê.
Mas pra quê?

Eu acho
Que até
Já esqueci você.


Kátia Bicalho - 

A NOITE

Era uma noite negra
Misteriosa como as outras
Dessas que criam novos fantasmas
Ou relembram os antigos.

Acariciada e abandonada pelo sol
Molhada e iluminada pela lua
A noite seguia acompanhada por
Amores, desamores e vozes
E nela não havia luz.


Kátia Bicalho – 09/02/1981