domingo, 16 de agosto de 2015

Fases da Vida

Fases de uma vida
Tão claramente dividida
Cada uma que chega
É também outra partida.

A energia vital
Do início do caminho
Vai rapidamente se perdendo
Quanto mais se vai construindo.

Tudo vai ficando para trás
O ouro e também a prata
Agora se anda devagar
Porque logo ali a estrada acaba.

Kátia Bicalho

12/08/2015

Lampião de Pavio

Guardo como lembrança
Daqueles tempos que sempre falo
Só que por descuido
O lampião caiu do armário.

Com tanta força despencou
Que quase nem caco sobrou
Aquele que um dia iluminou
Nem sabe no que se transformou.

Iluminou tantas prosas boas
Tantas brincadeiras em noites altas
O cheiro do querosene queimando em pavio
A conversa solta como telefone sem fio.

Com carinho juntei tudo
E enrolei num jornal em cima da pia
Vai-se embora como tantas outras coisas
Que fizeram sem saber, história um dia.

Kátia Bicalho
11/08/2015



Saudade do seu beijo

Sombra nos olhos e na lembrança
Um caminho para o olhar,
Uma decisão a tomar,
Uma emoção a se desvendar.

O sentido do beijo a quem o dá,
O gosto em toda sua essência,
Uma certa despedida no ar,
E, uma saudade a te esperar.

Um up na emoção e no coração,
Um não sei quê de alegria no ar
Deixando dentro da retina ardente
Uma nova forma de olhar.

Passa o tempo e o beijo cala,
A imagem se esfumaça na visão,
O ego chora desolado e se vinga
Jogando a esperança no chão.

Kátia Bicalho

11/08/2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Bolhas de Sabão

Bolhas de sabão
Tão lindas e tão frágeis
Carregam cores e formas
Que viviam em meus sonhos infantis.

Sonhos tão reais
Tão cheios de verdades
Tão possíveis de serem realizados
Tinham cheiro de papel de maçã.

Bolhas de sabão levadas pelo vento
Que iam longe, às vezes não
Sempre estouravam
Quando sentiam o sol.

Bolhas, bolas de bolhas
Coloridas e leves
Suaves e lindas
Lindas e frágeis.

Frágeis como um sopro
Que se perde sem ser visto.
Frágeis como minha esperança
De realizar sonhos em bolhas.

Kátia Bicalho

28/07/2015

Minha Casinha

Na minha casinha da árvore
A cozinha terá muitos banquinhos.
No pomar frutas doces
Que vão alimentar passarinhos.
Um pequeno lago para patos
Que desfilarão sempre juntinhos.
Na janela muitas plantinhas
Onde beija flores chegarão de mansinho.

Kátia Bicalho

12/08/2015 

Novos Heróis

Quem são nossos heróis,
Para quem bateremos palmas,
Que fantasia eles usam,
Como iremos saber?

São tão poucos benfeitores
No meio de tantos atores
Que ficamos sem acreditar
Se o que fazem é verdadeiro.

Sem ilusão o povo sofre
Com os truques que utilizam
E calados pagam o pato
Desse país cheio de larápios.

Kátia Bicalho

17/07/2015

Cordão da solidão

Cada dia que se passa só
Endurece mais o coração
Até chega a dar dó
Ver as veias dando nó.

Kátia Bicalho

12/08/2015

Tudo ao Mesmo Tempo

Parece que é comum:
O gás acaba
O bolo desanda
O chuveiro queima.

É a lei de Murphy que impera:
Bate o carro e fica sem bateria
Vai o dinheiro das férias
E um pouco da sua energia.

Na época da minha vó se dizia que
Desgraça pouca é bobagem:
Os ovos estão chocos
E deu piolho no galinheiro.

O tempo caminha
Só muda a frase
O problema passa
E começa nova fase.

Kátia Bicalho

17/07/2015