domingo, 6 de dezembro de 2015

Poema do Lorenzo


Discernimento

Ando perdendo a capacidade de discernir
Se é bom ou ruim
Se é melhor ou pior
Se é para ir ou para ficar.

Se fico, o que acontecerá
Se vou, no que resultará?
Não consigo decidir
Nem aos outros ajudar.

Minha mãe já dizia
O que não tem remédio
Remediado está
Mas será que não podemos modificar?

Somos livres para agir
Mas, prisioneiros da ação realizada
A ponte que liga o ir e vir
É mais frágil que o bico do colibri.

Sem essa ponte
Não há possibilidade de encontro
Assim posso afirmar:
É o destino que vai mandar.


Kátia Bicalho 
27/11/2015

Sol da Lagoinha

Nos meus tempos de noitada
Pela Lagoinha eu andava
Pelas esquinas e bares
Eu perambulava.

Ficava a noite toda
E seguia pela madrugada
Com a “manguaça” na cabeça
Sempre alguma aprontava.

Um belo dia exagerei
E os “homi” me levaram
Passei a noite em claro
E vi o sol nascer quadrado.

Refrão:
Ai, ai, ai
Canto um samba chorado
Também é parte da Lagoinha
Ver o sol nascer quadrado.
(Bis)


10/11/2015
Marchinha criada para um concurso de música
Tom: Sol Maior

Ladrão de Alegria

Quem roubou minha alegria
Me deixou com alergia
E sem energia?

Para onde levou a minha juventude
E toda virtude
Que pensava ainda ter?

Foi só a mim que roubou
Ou será que a outros também furtou
E onde será que tudo jogou?

A quem devo recorrer
No boletim o que escrever
E como reaver?

Será entregue em minha residência
Será que o endereço ficou correto
Ao registrar a ocorrência?

E se eu não estiver em casa
Alguém poderá receber por mim
E me deixar triste assim?

E se eu receber
E a encomenda não reconhecer
Ou em mim não mais caber?


Kátia Bicalho – 27/11/2015

Para Marco Antônio

Ainda tenho a poesia
Criada e musicada para mim
Lendo a folha amarela do meu caderno de música
Tento não pensar no seu fim.

Me vem à mente seus lindos olhos verdes
O cabelo no corte tradicional perfeito
O sorriso franco de menino maroto
E a gargalhada solta balançando o peito.

A linda voz ainda ecoa nos meus ouvidos
Como também os límpidos acordes do violão
A saudade aperta os olhos e o coração
E a lágrima presa, há tempos, rola livre pelo chão.


Kátia Bicalho – 27/11/2015