A sua ausência,
Milimetricamente articulada,
Me bateu como um soco no estômago
E doeu feito morte, e morte de cruz.
O ácido gástrico espalhou-se rapidamente
Por cada átomo meu, e, sem compaixão,
Digeriu, queimou e tudo feriu
Não resguardando nem o ar do pulmão.
Com o corpo e o coração em frangalhos,
Não sei onde encontrei forças
Para buscar um pouco de energia
E raspar da minha retina sua face tatuada.
Com a alma e a esperança em frangalhos,
Retornei pesadamente pelo mesmo caminho
Que semanas antes trilhei tão leve
Como o voo de retorno do pássaro ao seu ninho.
Tudo que parecia início, foi o fim.
As feridas sangraram e nada conseguiu estancar.
Arderam tanto, doeram tanto, queimaram tanto
Que nem em você consegui mais pensar.
Kátia Bicalho - 27/03/2016
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