domingo, 30 de outubro de 2016

Mulher sem medo

Não quero só vencer meus medos
Quero vencê-los e não tê-los.
Quero comemorar cada avanço
E brindar cada conquista sem eles.

Talvez corra mais riscos
E quem sabe, gere algum estremecimento,
Mas, enfrentá-los será o remédio,
Que irá curar cada marca do sofrimento.

Mulher coragem, mulher sem medo
Mulher macho sim senhora!
Mulher de terra, água, fogo e ar!
Mulher de fé, mulher que agora se aflora.


Kátia Bicalho – 20/07/2016

Alinhavo

Tento seguir a poetiza
E alinhavar o coração rasgado
Com a linha do recomeço,
Mas, esquecer você, será o meu preço.

Essa colcha de retalhos rasgada,
Teve a emenda da leveza recortada sem zelo.
O vazio que ficou ainda espera outra peça
Que será costurada com um fio de seu cabelo.

Assim a colcha será recuperada
E também ficará levemente perfumada
Com o odor do seu pelo arrancado
E que ficará, para sempre, nela, impregnado.


Kátia Bicalho – 26/05/2016

Badalo do Sino

Sino que bate
Na pequena cidade
Bate, bate, todo o dia
Vai soando tempo afora.

Badala na hora da missa
Ao sair o féretro
Na hora da Ave Maria
E quando termina o dia.

Na cidade grande ninguém ouve,
Não fica sabendo quem nasceu, quem morreu
Não sabe reconhecer o abençoado blém-blém
Pois outros sons tocam também.


Kátia Bicalho 27/11/2015

O Aço

O aço frio e forte
Em espinhas traçado,
Entrelaçou!
Em forma de peixe prateado,
Apenas na imagem criado,
Todo o poder concentrou,
E todo poderoso,
Me salvou!
Permanecerá entrelaçado?
Só o tempo dirá:
Se transcenderá o mal
Ou se enferrujará.

Kátia Bicalho

14/10/2016

Beleza Masculina

Pele lavada
Barba por fazer
Corte de cabelo tradicional
Nariz curvo e pontiagudo.

Marcas na pele, um charme!
Orelhas sem brinco, um desarme!
Camisa de manga, regata, de malha
Bermuda xadrez com sandália de couro.

Perfume marcante com cheiro de homem
Mochila nas costas ou maleta preta
Alinhamento simples e discreto
Para viver neste mundo de concreto.


Kátia Bicalho

28/10/2016

Confiança

Anos para construir
Um segundo para destruir
Todo cuidado é pouco.
O que se vê, pode não ser o que é.

Um fato, mesmo que nunca existiu,
Criado por pura ilusão de ótica,
Sem ter como provar,
Gera confusão caótica.

Um, tendo a certeza da sua verdade,
O outro, segue na teima da sua credulidade.
E nesse ninguém entende ninguém tem sempre alguém,
Que paga pelo pato que fugiu de verdade.


Kátia Bicalho-17/09/2015

Medo de Viver

Tem medo de amar
E de odiar;
Tem medo de ousar
E de se acomodar;
Tem medo de falar
E de se calar;
Tem medo de magoar,
E de ser magoada;
Tem medo de se expor,
E de se esconder;
Tem medo de procurar
E de se achar;
Tem medo de morrer
E de continuar a viver.


Katia Bicalho

29/02/2016

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Prêmios

Quantos prêmios ganhamos
Durante a viagem terrestre?
Quais valorizamos e quais desprezamos?
Quantos carregamos e quantos destruímos?

Prêmio da vida,
Da saúde, do estudo,
Da crença, do filho,
Do trabalho, da amizade.

Prêmio da moradia,
Da água clara e pura,
Do alimento sem mistura,
Do vinho e sua doçura.

Prêmio do amor,
Do bichinho de estimação,
Da tecnologia ao alcance da mão,
Da caminhada rumo a ressureição.


Kátia Bicalho – 26/05/2016