sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Sair do Prumo

Lança o prumo.
A peça metálica, presa ao fio transparente,
A parede e o muro vai alinhar,
Para a construção, serpente não virar.

Na vida não existe o instrumento.
O que te alinha são os valores e o sentimento
E, é só a adversidade aparecer,
Para o prumo na vida desaparecer.

Ao sair do prumo
Deve-se logo retornar,
E, se não achar o caminho,
Deve-se ajuda procurar.

Muro, parede, parede, muro.
Coração, razão, razão, coração.
Pega o prumo e atira-o ao chão
Porque a vida não é reta não.

Kátia Bicalho

10/10/2016

Morte momentânea

Morri hoje por dez segundos
Fiquei como uma imagem de cera
Mas, o olhar que se fixava no chão,
Viu de relance bater o coração.

Esse órgão que insiste em se mexer
Empurrou o ar, o diafragma e o pulmão
Aí, o movimento voltou,
E o lápis, de novo, no papel escorregou.

Kátia Bicalho

13/08/2016

Paixão

Não gosto de discutir futebol, política
Nem falar de religião e paixão.
Nesses conflitos não caio mais.
Ah! Mas como não falar de paixão!

Paixão que deixa o corpo com dormência
Que enruga a testa e arregala os olhos
E que só traz “sofrência”.

Paixão que é sempre desmedida, alada
Que, como a erva daninha, engole a mata
E, mata, desata, desmata.

Paixão que com o tempo desaba
Vai amainando como a brasa que se apaga
Mas, se engana quem pensa que acaba.

A loucura se cura e vira amor.
Amor que ata, acata, acolhe,
Que deixa o rosto sereno e o coração mole.

Só louco, não apaixona e não ama!
Sou louca, pelo amor
Da minha paixão por ti.

Kátia Bicalho
24/10/2016



Pulei Agosto

Dizem que é o mês do desgosto
Ou também que fica “Agosto de Deus”.
Simplesmente pulei Agosto,
Nada escrevi, nada fiz, nada vivi.

Nem vi, passou sombrio, triste e seco
Passou sem vida, ou com vida partida.
Aprendi com isso que o passado passou,
Nada será exatamente como antes.

Tudo vai tomando outro jeito de ser,
Outros contornos se formam,
Outras formas de se relacionar
E a difícil missão disso aceitar.

A vida muda, transforma!
Não procure no presente
A mesma pessoa que você foi
E muito menos, no futuro, a que você será.


Kátia Bicalho – 04/11/2016

Tatuagem

Simbologia desenhada
Na pele arranhada
Segurança e ilusão
Em forma de flor ou avião.

Inicia e não para mais
O corpo todo vai pintando
Os desenhos aumentando
Mente e alma se transformando.

É bonito de se ver
O nascimento de uma tribo.
E tem quem teime e insiste
Em eternizar um alambique.

Mesmo os de avançada idade
Querem na pele escrever
Para gravar o desejo de ainda ter
Sorte, amor, vida e prazer.

Kátia Bicalho

20/09/2016