domingo, 23 de setembro de 2018

Meu Ex Quadro


Incrível meu ex quadro
Minha ex pintura de D’Vinci
Como em um segundo com você
Tantas marcas foram desenhadas.

Ainda penso em você
E me pergunto por quê?
Não segui os meus instintos
Perdi o tempo e o momento.

Seu cheiro de perfume com cachaça
Seu sorriso que me feriu como punhal!
Pela perigosa estrada ainda te procuro
Na esperança que consiga dormir no escuro.

Mas no meu caminho tinha uma pedra
Uma rocha instransponível
Parecia um paredão de aço
Por isso, em outro dedo, colocou o laço

Kátia Bicalho - 01/07/2018


Arte de Pedras



Minha arte é feita de pedras.
Frias? Nunca!
As pedras da minha arte
Tem nome, endereço e identidade.

Minha arte tem pedras do rio de Zizito, da Márcia
Do quintal da minha casa, da minha terra natal
Pedras das férias da Rita, do rio de Milho verde,
Pedras de Ouro Preto, das minas de Minas Gerais.

Tem pedras da Keila, da Dinalva, da Karine, da Giovana
Do Mercado Central e tantas mais!
Tem pedras da rua, da calçada, da construção e afinal
Tem pedra até sem pecado original.

Tem pedras da casa do rei,
Com detalhes tão pequenos de nós dois!
Pedras cheias de emoções, enfim
Tem pedra de Cachoeiro do Itapemirim.

Tem pedras do império da Fátima,
Das dores de Dolores, da pureza da Marilene
Da jovialidade da Lídia, da doçura da Suely,
Veja bem! Pedra, que até gosto tem!

Pedras vivas cheias de contos e encontros.
Arte feita de paciência, colando ponto a ponto
Arte de cantos e encantos, energia boa,
Esperança viva, cujo grito na rocha ecoa.


Kátia Bicalho – 21/10/2018

Mãe Zelosa


Mãe zelosa, esposa fiel
Ética, simpatia e força
Ali tem, ali fica, ali sobra!
Não tem quem não pare e a ouça.

A mãe zelosa,
Filho padre foi ter,
O do meio se casou
E pode um neto oferecer.

A caçula mais dura
Em outras terras foi viver
A árvore seca e infértil
Infeliz passou a ser.

Expulsou do ninho a mãe cansada
A mãe que ela não viu sofrer
A mãe zelosa e guerreira, ao invés de gemer
Se alegra, pois só agora liberdade pode ter.

Kátia Bicalho – 22/09/2018

Objeto de Arte


Cada objeto de arte
Construído com tanto esmero
De mim passa a fazer parte
Mesmo que a outros não agrade.

Parte do meu tempo ele carrega
Nesse tempo quantos pensamentos,
Construções e desconstruções
Que, na mente, vão se entendendo.


Kátia Bicalho - 25//8/2018

Minha Pedra


No meio do meu caminho
Também tinha uma pedra
Abaixei-me para pegá-la e vi que,
Dentro da pedra, existia uma alma.

A alma da pedra tinha um brilho
Esse brilho instigou minha retina
Minha retina enxergou vida
Bem no meio daquela pedra perdida.

A pedra arremessada com força
Retornou como um bumerangue
Estilhaçou a prepotência do meu ego e sua vivência
E dos caquinhos fez desabrochar nova consciência.


Kátia Bicalho 23/09/2018