domingo, 21 de outubro de 2018

Sossego Desassossegado


Ando desassossegada
Na verdade prá lá e prá cá.
Faço coisa dia e noite,
Mexo, arrumo, faço e desfaço.

Madrugo literalmente
“Para fazer a mente”
Para pensar em coisas boas
Refletir sobre vida e morte.

Não sinto cansaço no corpo
Apenas uma sombra nos olhos
Nada que aquela sesta obrigatória não resolva
Aí, pronto, tudo volta ao normal.

Viverei toda minha vida
Em busca da plenitude
Procurando não me preocupar com o amanhã
Pois esse é um ilustre desconhecido.

Se, por um lado, eu nada fizer
O mundo vai continuar
Se, por outro lado, eu resolver algo fazer
O mundo continua, mas um pouco do meu jeito.

Kátia Bicalho – 11/10/2018


As Formiguinhas


Espertas, ligeiras,
O caminho, não erram nunca
Algumas carregam folhas,
Outras, penso eu, que andam à toa.

Quando percebem o perigo
Contam às demais, de ouvido em ouvido.
Eis que a correria começa
E em minutos dali vão se debandando.

Milhares de pontinhos pretos
Que se movem para um buraquinho
Sobem, descem, olham e voltam
O que terá no cérebro desses bichinhos?

Kátia Bicalho  - 25/08/20187

Custa Respirar?


Custa respirar
Apenas milésimos de segundo para gastar
Que irão a vida transformar e melhorar
Sem exagero, de todo o mundo?

Custa respirar
Parar e pensar
Pensar e repensar
Repensar e não fazer?

Custa respirar
Não ver chifre em cabeça de cavalo
Enterrar o ódio criado
E dar liberdade ao amor que nos foi por Deus doado?

Custa respirar?

Kátia Bicalho 27/09/2018

Galo Doido


Bico eles
Sou bicudo!
Bico eles
Sou Bicalho!

Tenho um canto que desperta o mundo
E com ele marco meu território, minha morada:
É aqui que vivo, é aqui que moro
Quem se atrever, leva esporada.

Sou Galo doido
Sou Galão da massa
Sou imponente
Sou resistente!


Kátia Bicalho – 25/08/2018