domingo, 2 de dezembro de 2018

Gente Louca


Tem gente louca demais!
Fico de cara, ôh meu!
Como Pode?
Cai no chão, levanta e nem sacode.

Gente que grita, fala alto.
Tem gente que bate em alguém,
Tem gente que corta órgãos. Como gente?
E nem dá bola para ninguém.

Gente maluca, sem dente e sem peruca
Gente que um dia foi criança
Mesmo que não dê para acreditar
E, agora na vida, só lambança para contar.

Segure o pé para lá não chegar
O limite é frágil e tênue
Entre lá e cá
Melhor em cima do rabo sentar.


E a vida continua, nessa simplicidade rotineira
Na loucura de pedra na peneira a rodar.
Sempre se colhe o que se semeia
Tendo tudo ou nada para semear.

Kátia Bicalho - 04/11/2018

A Dupla Face (Imagem)


A realidade é uma
Mas se multiplica no espelho
Na roupa jogada e refletida
Na laca preta do armário.

As formas visíveis
Contam o que vem dentro da cabeça,
Pois, se vê simplesmente,
Aquilo que se pode e se conhece.

A imagem refletida, duplicada
Diz coisas que não quero escutar
Pois na verdade, não tem nada para falar
Apenas fomentar divagações.


São imagens disformes, teratoformes
No fundo, hilários panos redobrados,
Sem nada para fazer
Muito menos para falar.

O mundo estapafúrdio criado
Em nada se identifica com nada
Não demonstra ódio nem amor
Não cheira à chorume nem à flor.

Kátia Bicalho – 04/11/2018

Livra-me Senhor


Livra-me Senhor.
De ter que fazer
Sem querer fazer
Dai-me livramento!

Livra-se Senhor
Desses barulhos nojentos
Cuida da minha misofonia
Destacando apenas sinfonia.

Livra-me Senhor
Da dependência e codependência
Do aliciamento, do esquecimento
Da incerteza e da cruel certeza.

Livra-se Senhor,
Do punk, do rap, da música eletrônica
Me envie CD de Mariza Monte
Tim Maia, Roberto Carlos e Gonzaguinha.

Livra-me Senhor
Dos corruptos do Brasil
Estejam eles em Brasília
Ou em qualquer parte desse solo varonil.

Livra-me Senhor
De violões desafinados
Cantos esguelhados
E toques indesejados.

Livra-me, dê livramento
De todo mal, de todo tormento
Deixe o caminho iluminado
Que saberei que estás ao meu lado.


Kátia Bicalho – 04/11/2018

Os patinhos



Os patinhos foram nadar
Para os filhotes ensinar.
Bate pata, olha pra frente
Se cansar pula pra terra bem rapidamente.

Na água movem-se em balé
Círculos de água fazem como a maré.
Nadam tranquilos na beira do lago, rodando por todos os lados.
São lindos os patinhos com seus olhinhos esbugalhados!

Kátia Bicalho – 25/08/2018

Laços e/ou Borboletas


Laços e Borboletas
Laços ou borboletas?
Fiz borboletas,
Viraram laços!

Viraram quadro,
Viraram presente,
Viraram passado e futuro
É, viraram pessoa querida ausente!

Para Patrícia, laços
Que representam vínculo e amizade.
É o que plantou com extremo cuidado
Agora terá laços para colher adoidado.

Para Patrícia, borboletas
Que representam a beleza, a leveza,
A vontade de ir em frente, (mesmo que seja em direção a um vulcão).
Vivenciar o renascimento, a ressurreição.

Laço que desata, borboleta que voa com leveza.
Liberdade de escolha faz parte da natureza.
Plantaremos um lindo jardim de rosas e ficaremos esperando 
Que um dia a borboleta volte e pouse ali, feliz, com sua delicadeza.

Kátia Bicalho – 21/10/2018