terça-feira, 7 de abril de 2020

O Desencontro


Quando vou ao seu encontro
Sei que estou indo rumo ao meu desencontro
Tento resistir, mas o cálice cheio está bem ali 
Dou um passo para trás, porém o objeto não sai da minha mira.

No fundo sei que nada, nada sei
Do enfrentamento da cruz e a espada,
Do choque anafilático causado pelo medo
Do dominador que realmente domina a cena.

O teatro já não se apresenta
Como foi escrito e ensaiado
Mas sim como o diabo dita

Resiliente insiste  a emoção
Que rapidamente se transforma em choro e decepção.
Sobra o gosto do impossível vivido
O arrependimento por não ter morrido.

Kátia Bicalho – 21/10/2019


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