Drusas!
Deusas!
Musas!
Me acusas?
De quê mesmo?
Quero escusas.
Muitas!
Como plantas que crescem avulsas!
Kátia Bicalho - 24/02/2021
Drusas!
Deusas!
Musas!
Me acusas?
De quê mesmo?
Quero escusas.
Muitas!
Como plantas que crescem avulsas!
Kátia Bicalho - 24/02/2021
Às vezes preciso anoitecer dentro de mim
Para valorizar o amanhecer que está por vir.
Natureza em mim,
Eu dia e noite!
Eu anoitecer e amanhecer!
Eu, discernimento,
Eu pertencimento!
Kátia Bicalho - 24/02/2021
Cheiros bons remetem à memórias intensas
Cheiros bons, com sentido, remetem ao encontro de si mesmo.
Então cheiro flores, óleos essenciais, arroz refogado
Pipoca, churrasco do vizinho ao lado, no sábado,
Cafezinho no meio da tarde, de preferência
Com um pão de queijo assado na hora.
Cada qual com seu cheirinho que é meu.
Kátia Bicalho - 24/02/2021
Peixe que nada.
Peixe, que nada!
Peixe que, nada, deixa pra lá!
Acho que sou peixe e não de peixes:
Gosto de nadar,
De água, de sol, de rio, de mar
De rocha quente, areia fina
Por do sol e lua para apreciar.
Sou peixe, mas às vezes
Sinto vontade de voar
Então sou peixe-ave
Peixe sonhador!
Peixe que sonha e quer tudo
Menos no anzol se fisgar,
Pois, seja no sonho, na água, no ar
A liberdade é quem vai me comandar.
Kátia Bicalho
24/02/2021
Vem um, vai outro, vai mais
Corrente, acorrentados, desequilibrados.
Vida segue, e o cadeado
Só se fecha quando o caso é encerrado.
Amargo gosto de tempo,
Pena da saudade do amor não vivido.
Paixão desmedida, desperdiçada,
Feridas cicatrizadas e menosprezadas.
Torturante band-aid que sai do calcanhar
Expondo a ferida crônica, curtida
Da caminhada torta, descompassada, atribulada
Onde se enxerga a chegada só depois de ultrapassada.
Corrente que se parte pelo caminho
Da liberdade há muito abandonada.
Procura chaveiro, ferreiro, mecânico
Para agora a corrente ser novamente amarrada.
Liberdade perdida, retirante, esquecida
Nem se lembra do doce sabor da partida
Acostuma-se com o gosto do fel sintético
Argumenta que o paladar também está de saída.
Kátia Bicalho - 19/12/2020