quinta-feira, 1 de abril de 2021

Vida Seguinte

 Vem um, vai outro, vai mais

Corrente, acorrentados, desequilibrados.

Vida segue, e  o cadeado

Só se fecha quando o caso é encerrado.

 

Amargo gosto de tempo,

Pena da saudade do amor não vivido.

Paixão desmedida, desperdiçada,

Feridas cicatrizadas e menosprezadas.

 

Torturante band-aid que sai do calcanhar

Expondo a ferida crônica, curtida

Da caminhada torta, descompassada, atribulada

Onde se enxerga a chegada só depois de ultrapassada.

 

Corrente que se parte pelo caminho

Da liberdade há muito abandonada.

Procura chaveiro, ferreiro, mecânico

 Para agora a corrente ser novamente amarrada.

 

Liberdade perdida, retirante, esquecida

Nem se lembra do doce sabor da partida

Acostuma-se com o gosto do fel sintético

Argumenta que o paladar também está de saída.

 

Kátia Bicalho - 19/12/2020

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