Vem um, vai outro, vai mais
Corrente, acorrentados, desequilibrados.
Vida segue, e o cadeado
Só se fecha quando o caso é encerrado.
Amargo gosto de tempo,
Pena da saudade do amor não vivido.
Paixão desmedida, desperdiçada,
Feridas cicatrizadas e menosprezadas.
Torturante band-aid que sai do calcanhar
Expondo a ferida crônica, curtida
Da caminhada torta, descompassada, atribulada
Onde se enxerga a chegada só depois de ultrapassada.
Corrente que se parte pelo caminho
Da liberdade há muito abandonada.
Procura chaveiro, ferreiro, mecânico
Para agora a corrente ser novamente amarrada.
Liberdade perdida, retirante, esquecida
Nem se lembra do doce sabor da partida
Acostuma-se com o gosto do fel sintético
Argumenta que o paladar também está de saída.
Kátia Bicalho - 19/12/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário