Olho esse chão, ás vezes limpo, outras não
Me vejo de baixo para cima
Começando pelo dedo do pé
Passando por toda minha intimidade.
Se o sol brilha, mais nitidamente me enxergo:
Minhas entranhas, como aranhas, com teias de aranhas
Que se prendem a cheiros
Medos e vertigens.
O retorno está ligado ao que se desligou
Se ligou nem notou,
Pois sem volta o caminho ficou,
Se ligou mal ligado o caminho foi descontinuado.
Sujo o chão, não tem trilha limpa
Por isso, varre, cospe, despe, derrete e chora.
Desmama, sexo quente, inventa
Faz do fim sumidouro de emoção,
Da porta aberta, saída, ou outra opção.
Kátia Bicalho - 19/12/2020
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