sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O Que Temos Para o Dia

Pare
Olhe a sua volta
Procure o que te emociona
O que te faz coração
O que te enche de emoção.

Veja
Com olhos de quem ainda não nasceu
Sinta a cor de cada momento
O cheiro de cada acontecimento
O calor de cada envolvimento.

Siga
O melhor caminho que achar
Sem deixar o medo dominar
Siga com coragem a dureza da vida
Para na frente encontrar a magia de cada lugar.


Kátia Bicalho – 21/11/2015

Crise

Crise de idade
Crise de identidade
Crise de mocidade
Crise de oportunidade.

Ataques de nervos
Ataques de asma
Ataques de raiva
Ataques de balas.


Kátia Bicalho – 26/11/2015

Cárcere de Ideias

Ficar preso dentro de si
E  tão fora da realidade
O mundo gira e quebra as sinapses
Que se desintegram pela metade.

Olhos e membros paralisados
O corpo meio inerte que se arrasta,
Pálpebras se dobram ao peso da visão
Que enxerga, sem ver, um pedaço da ilusão.

Nesse cárcere interno
O futuro não se desenha.
A linguagem se distancia
 E a esperança desbarranca.

O homem e o peso em suas costas,
O ombro não aguenta e se curva.
O alívio é necessário e vital,
Mas nenhum remédio cura esse mal.


Kátia Bicalho – 26/11/2015

O Artista sem Senso

O ambiente reprime
O artista vive mudo
O impulso da arte fala
Rompe a corrente da solidão.

Solidão que se transforma em forma,
Forma que vira rosto no final
Só rosto, presente ou ausente,
A paz em meio ao caos mental.

O pedaço de giz que se acaba
Atormenta o artista sem senso
O medo de não tê-lo apavora,
O suor brilha e o olhar assusta.

A lembrança do que foi,
A certeza de tudo perdido
O que resta é uma grande incerteza,
Daquilo que antes fora construído.

O olhar turvo e barrento
Vai em busca de nova inspiração.
O passo lento para o nada,
Ao giz presa como ponte de salvação.

Kátia Bicalho – 26/11/2015