sábado, 4 de junho de 2016

Eu não sou ninguém

Sou alguém que não vê ninguém
Sou ninguém sem outro alguém.
Sou silêncio em profusão
Sou barulho na escuridão.

Sou a menina, a mulher, a mãe
Sou todas e também raíz.
Sou o toque do badalo no sino
Sou o pingo d’água no chafariz.

A pomba branca que leva o recado
A tartaruga que nunca chega ao destino
O coelho que tão rápido passa do ponto
O gato que de tão arisco pinta um rabisco.

Nada sou, nada sei
Quando estou só comigo
Minha sombra pede licença
E me deixa sem um abrigo.


Kátia Bicalho – 26/05/2016

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