segunda-feira, 11 de julho de 2016

Olgas, Marias e Outras

“Traiô Birô”, cantava Olga no labor
Ouvindo seu radinho escondido no porta-seio.
Maria, corpo farto e macio,
Aconchegava todas as crianças como um abrigo.

Fortaleza, simplicidade, amizade, cuidado, sonho
Que se misturavam com o doce das quitandas,
Com alegria, correria, confusão
Tudo dentro da rotina do casarão.

Um dia perguntei o que era solidão
Foi Olga que prontamente me respondeu:
Solidão era a parte traseira do corpo,
Mais precisamente o assento.

Por muito tempo acreditei
Que me assentava em cima da solidão.
Talvez esse pensamento seja menos trágico
Do que o significado real desta situação.


Maria e seu Bolero, que não era Ravel,
Em casamento terminou.
Ela com toda sua estrutura
E ele com seu sorriso grato.

Minaminá e muitas outras passaram por esse lugar.
Nos acompanharam por longo tempo,
Ajudaram na criação da prole,
E, digo que, sem elas, não seria mole.

Kátia Bicalho – 02/06/2016


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