terça-feira, 1 de agosto de 2017

O Repórter Calou

A vida continua.
O culto é frágil e efêmero.
 O tempo urge.
O sentimento sublima.
O olhar enruga mas, brilha. 
O gosto pelo que faz transcende a dor.
A falta se esvai, o lugar é ocupado. 
A vida não para. 
O rolo compressor amassa e enquadra.
O quadro fica pendurado esperando o verniz.
 O olho pende e o cílio cutuca.
A voz continua calada e o paladar já se exauriu.
O ouvido seletivo ajuda a letra.
O Bê a bá e  o bê i bi, ninguém ouve, portanto, ninguém responde.
O horário passou, a semana correu, o ano se foi.
O ritmo é esse, não muda.
Nova adaptação, novo rumo.
Tudo se acomoda, mas por pouco tempo.



Kátia Bicalho – 28/07/2017

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