sábado, 17 de outubro de 2020

O Computador

Esse "notebook" safado

Me roubou o primogênito

Perdi essa parada

Para esse robô nojento.

 

Meu rebento tão só

Passa o dia nele a teclar e eu,

Fico em casa, andando como uma lesma

Pois só converso com paredes e, às vezes, comigo mesma.

 

Para evitar silêncio total

Vira e mexe chamo: filhooo!

Ouço um hum! Conto um conto e pronto,

Corro para o“zap” para encontrar outro ponto.

 

Sei que poderia isso transformar

Agitar, criar, envolver, motivar

Mas quando me vejo no espelho

Também estou a teclar.

 

Faz parte do mundo moderno

O mundo gira e cada geração tem sua assinatura.

O que isso vai dar, só o tempo dirá,

Mas, acredito que não iremos escutar.

 

Me vejo como minha mãe

A repetir a todo momento:

Que tempo bom era o meu

Quando a rua era o melhor passatempo.

 

Kátia Bicalho

18/01/2020

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