Esse "notebook" safado
Me roubou o primogênito
Perdi essa parada
Para esse robô nojento.
Meu rebento tão só
Passa o dia nele a teclar e eu,
Fico em casa, andando como uma lesma
Pois só converso com paredes e, às vezes, comigo mesma.
Para evitar silêncio total
Vira e mexe chamo: filhooo!
Ouço um hum! Conto um conto e pronto,
Corro para o“zap” para encontrar outro ponto.
Sei que poderia isso transformar
Agitar, criar, envolver, motivar
Mas quando me vejo no espelho
Também estou a teclar.
Faz parte do mundo moderno
O mundo gira e cada geração tem sua assinatura.
O que isso vai dar, só o tempo dirá,
Mas, acredito que não iremos escutar.
Me vejo como minha mãe
A repetir a todo momento:
Que tempo bom era o meu
Quando a rua era o melhor passatempo.
Kátia Bicalho
18/01/2020
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