domingo, 10 de janeiro de 2021

O Ano de 2020

Para quem  viu e  viveu

E para aqueles que não viram e não viveram

Conto como foi o ano de 2020

Que de normal não teve nada.

 

No início muita chuva, com raios, trovoadas

Alagamentos, destruição, morte, gente descendo pela enxurrada.

Mas também boas novas, que antes eram preces em oratórios

Todos nossos medos findaram, com o enchimento dos reservatórios.

 

Veio então o carnaval

O  rit "O Mundo Vai" explodiu na parada

Milhões e milhões de pessoas

Seguindo Veveta, o trio e a batucada.

 

Aí chega o mês de março, que susto!

Um vírus mortal, ataca as pessoas e a economia mundial

Todos devem ficar em casa, não sair

Fecha tudo, se escondem todos, só o vírus solto por aí.

 

Ano de pandemia

Quarentena de dez, quinze, quarenta, cento e oitenta dias

Os extremos se distanciam, vó e vô para um lado

Netinho, netinha para outro lado,.

 

Desemprego, medo, susto, tudo isso a um grande custo

As pessoas distanciadas

Depois de longo tempo se acostumaram

E, agora, não querem sair para nada.

 

Os encontros virtuais pipocaram por todo canto

Foram tantas lives, palestras, meet

Aulas online, professores descabelados

E alunos entediados.

 

A família toda em casa, sem saber o que conversar

Teve que aprender com os mais próximos conviver

Conflitos muitos, divórcios, boletins de ocorrência,

Lição grande, que ninguém ainda consegue tudo entender.

 

O cotidiano foi se adaptando

Novas formas de se relacionar foram se desenhando

Trabalho em casa, crianças no colo

Vida que se mostrou diferente aos olhos de muita gente.

 

O tempo foi passando

O novo normal se moldando

Devagarinho o mundo abriu a porta de casa

E os seres modificados por ela se aventuraram.

 

Pensando que tudo estava tranquilo

Veio a primavera com o sol a pino

Terra derretendo como sorvete

Floresta ardendo em chama quente.

 

Calor de quarenta graus

Do Oiapoque ao Chuí

O chão ardendo, até o fogo foi se aquecendo

E nosso tesouro verde se perdendo.

 

Vidas e vidas se foram

Pessoas, na maioria idosos se despediram da vida, na pandemia

Nas queimadas, nosso animais também, passaram por agonia

E muitas criaturas se transportaram para o além.

 

Mundo afora isso aconteceu

Uma catástrofe generalizada

O planeta doente

Amarrado em fortes correntes.

 

Bem , no momento em que digito

Essas mal traçadas linhas

Fico quietinha , quietinha,

Pois sinto um momento de calmaria.

 

Escrevo esses versos em outubro

Esperando que o ano termine bem

Teremos Natal , reveillon , carnaval?

Te conto ano que vem.

 

 

 Kátia Bicalho - 20/12/2020

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário