terça-feira, 3 de setembro de 2013

Dona Maria da Austrália



Quem é essa Dona Maria?
Todos pedem meu parecer
Eu respondo prontamente
É quem quero ser quando crescer.

Mulher guerreira e doce
Decidida, forte e feliz
Cuida da mente e do corpo
Sabe sua diretriz.

Baiana, mineira, brasileira, australiana
Já virou uma bela mistura
Traz o cantado doce da Bahia
Sapeca inglês, italiano, francês e tem muita cultura.

Minha amiga que para tão longe voou
Nem a distância nos separou
Pois sentimento não mora em avião
Mas dentro do coração.


Kátia Bicalho – 03/09/13

Bingo na Sede



Sempre frio, mês de julho
No salão paroquial
Roda a roleta, canta um número
Bingo! Vem um a gritar.

É tanta fala junto
Que custo a escutar
Já é a próxima rodada
Vamos de novo apostar.

O gostinho de gritar Bingo
Procuro algo para comparar
Nem sempre o brinde
É melhor que o gritar.

Tem o terno, tem a quadra
E a quina para ganhar
O índio vale como ponto
É só atento ficar.

A quina é sempre a melhor
Frango e cachaça pra acompanhar
Vamos  lá, traz a boa!
O assado alguém vai levar.

Kátia Bicalho – 30/07/13 

domingo, 1 de setembro de 2013

Aline de Jesus


Baianinha arretada
Novinha de bom coração
Sabe tudo o que quer
Vai à luta com convicção.

Em BH encontrou coisas boas
A melhor delas seu “mozão”
Entre tapas e beijos se curtem
Não se desgrudam, forte união.

Menina ajuizada
Não tem medo de nada
Pelo desafio apaixonada
Já está até formada.

Esta moça estabanada
Tem carreira pra cumprir
Deus abençõe sua caminhada
Pela estrada que seguir.


Kátia Bicalho – 23/08/13

Sem nexo



Meu irmão achou um papagaio
Ele fala : enjoada, tá bebendo!
Devia ser um morador
De um pinguço sedento.

Pira pira Pirapora
Barra limpa sem reserva
Bira bira Itabira
Quanto minério ainda preserva?

Caeté e sua Igreja
Santa Luzia rogai por nós
Sempre junto com ardor
Bom Jesus novo sabor.

Trato bem tratado
Desconfio de mudanças
Quando paro na esquina
Inicio novas danças.

Vai-te embora bem contente
Do melhor daqui se leva
Disso não posso falar
É demais desmoronar.

Vida agradeço ao Senhor
Que beleza de pessoas me proporcionou
Meu pai, minha mãe e irmãos
E agora o filho temporão.

Não posso pensar em nada não
A não ser em gratidão
Não podia ter sido melhor
O que aconteceu ao meu redor.

Alegria sempre tive
Irrigada com amor
Peraltice também fiz
Pouco tempo isso durou.

Mas quando penso em brigar
Não gosto do meu pensar
Prefiro viver em paz
E com tudo mesmo arcar.

De passagem estamos todos
Engolindo água e fogo
Quando der para melhorar
Mais valores vou buscar.

Se você não acredita
Que existe emoção
Vem pra rua , ouça o grito
Encorajado do povão.

Caminhando em volta disso
A semente da razão
Que será nossa esperança
Contra a morte e a corrupção.

Sei que tudo que passar
A meu Deus vou entregar
Pois deste mundo idolatrado
Só nos resta o metro quadrado.

Kátia Bicalho- 01/08/13

Venda do Sô Ivart


Pudim de Nhá
No papel de pão
Outros doces tão gostosos
Na vitrine sobre o balcão.

Bala Chita
Pedaço de fita
Querozene Jacaré
Roupa de mulher.

Balança para pesar toucinho
Chão frio e escorregadio
Garrafa vazia no canto
Carboreto no quarto frio.

Tudo ficou gravado
Na cabeça e no coração
Posso viver mil anos
Destas lembranças não abro mão.


Kátia Bicalho – 24/08/13

Venda Velha


A Venda velha já se foi
A Venda Nova também
A lembrança imortal
No meu sonho sempre vem.

Será que fui mesmo
Mais feliz naquele tempo
Ou mais tarde também
Lembrarei assim dos dias atuais?

Memória não morrerá....


Kátia Bicalho. 11/08/13

Velho Novo Mundo


Europa era coisa para rico
Nem se pensava neste desvario
Hoje você olha para o lado
O Tupiniquim está lá colado.

Quem vai, volta vidrado
Com as diferenças encontradas
A limpeza dos lugares
E a largura das estradas.

Sabiá canta aqui
Porquê melhor lugar não há
Mas se não se cuidar
Seu bico vão cortar.


Kátia Bicalho – 21/07/13

Tudo a seu tempo



Entreguei-me à serena paz de viver um dia de cada vez
Vivenciar neste dia o que ele me der.

Não vou chorar o leite derramado
O amor perdido
Nem o que poderia ser encontrado.

Tudo a seu tempo.
Vou dormir na hora de dormir
Acordar na hora de acordar, mesmo querendo dormir
Vou levantar, apertar a tecla enter
Calçar os sapatos, dar com ele os passos necessários.



Kátia Bicalho – 31/08/13

Tempo



Ontem
Lembranças
Recordações
Boas e não tão boas.

Hoje
Solto os cachorros
Solto a franga
Rodo a baiana.

Amanhã
Serei feliz
Serei magra
Viverei.
                               Talvez.


Kátia Bicalho – 11/08/13

Sobradão


Ah! Sobradão! Éramos felizes e sabíamos
Podia ser inverno ou verão
A mesa reservada no cantinho
Mesmo que fóssemos só nós e Tião.

Palco de tantos acontecimentos
Música, amores, brigas e canção
No sótão de antigas madeiras
Latas de salsicha, cachaça no garrafão.

Tudo ali acontecia, embalado pela melodia
Repetido mas é bom!
Semana Santa, Carnaval, São João
Envenena nóis Tião!

A disputa pela melhor cadeira
Teca, Clá, Eca, Má,Tonha, Nem, Num
Rolete,Régio, Gaim, e Lulu
Um por todos por um.

Inseparáveis companheiros,
Rick, Piu, Lúcia,Tó, Fá e Fulô
Engasgados com o bolinho de feijão
Entoando ai que calor ô u ô u ô u ô.

"Tempo bão não vorta mais saudade!"

Kátia Bicalho- 20/08/13 

Simone (Acróstico)



Sempre educada
Intenso coração
Move ventos e lua
Onde tem razão
Nem mesmo a peste brava
Envenena sua convicção.

Ontem foi bom, recordação
Tempo é o que está aqui
Ouve sempre a voz da razão
Nada interrompe sua fé
Ilustre figura na sua missão.



Kátia Bicalho – 24/07/13

Ser Dente


Nascemos, crescemos e morremos
Mas principalmente vivemos.
“Olha, já nasceu o primeiro dentinho!”
E lá estou eu, naquele sorriso que encanta a todos.

Entro na adolescência,
Descortinando um mundo novo,
Ao sabor de batata frita, refrigerante
E ao som do rock : Escova o dente menino!

E os primeiros beijos...disputa acirrada com a língua
Que vem querendo aparecer mais que eu.
Tudo passageiro, pois aquela arcada completa
Cheia de grampos coloridos, não tem páreo.

E a vida vai passando entre sonho, realizações, pasta, água e escova.
Percebo, que o lábio não tem a mesma firmeza
Nem a gengiva a mesma textura.
Os dias passam mais lentamente, os anos, mais rapidamente.

 E quando chega a eternidade,
Lá estou eu
Em pele e osso, digo melhor só osso.
Mas nunca deixei de ser eu!


Kátia Bicalho – 01/07/13

Semente



Ser mente
Mente ser,
Semente de um ser
Que mente,
Quando sente
A mente envelhecer.

Ser sem precedente,
Do consciente ao inconsciente,
Mente ser, semente,
Mas vive completamente ausente
Do sentimento que sente
Neste presente.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Sem paixão



Sempre leio poesias
Imagino como sofrem os poetas
Penso ser amor não correspondido
Ou paixão numa ilha deserta.

A inveja me destrói
Pois escrevo vários versos
E no meu coração
Nem amor nem paixão.

Falam em lua, estrela e dor
Como se vivessem na boemia
Escrevo no meu microcomputador
Enquanto a panela esfria na pia.

Lá fora buzinam, sombra e luz
Dias secos de inverno perverso
Só as folhas caídas no chão
Trazem dor para meu verso.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Saudade do Sol



Meu amado amante sol
Como uma lagartixa, com você sempre fiquei
Mas o tempo foi passando
E a pele eu enruguei.

Vem o doutor e diz
Quase que nem acredito
Do sol manter grande distância
Leio e releio o manuscrito.

Quero voltar a ser sua
Sentir todo seu calor
Mesmo que na luz da lua
Ficar quase nua me cause grande rubor.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Saco de batata


Sempre pergunto
É um homem
Ou um saco de batata?
Mas nunca parei para pensar
Como é um saco de batata.

Pensando bem
Um saco de batata
É muito mais homem
Que muito homem

Com saco de batata.

Kátia Bicalho - 05/08/13

Quem vem



Quem diria minha gente
Quem contaria tão contente
Que veria novamente
Quem viu vem ver a gente.

Planta colhe, guarda e recolhe
Pensa, canta, passa, levanta
Tão contente a sua mente
Sua alma sempre clemente.

Recebe com carinho e pudor
Quem veio ver a gente
Mas não é na verdade
Quem guardou na sua mente.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Próximas férias



Sempre nas minhas férias
Não tenho programação
Penso que no próximo período
Vai ter muita emoção.

Mas o tempo vai passando
Continuo na espreita
Pensando naquela paisagem
Que não fui nesta feita.

Cresce uma culpa
Por ser covarde assim
Medo de ir por aí
Neste mundo sem fim.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Procissão de encontro



Quanta energia e amor
Nesse encontro de mãe e filho
De um lado carrega a cruz o Senhor
Do outro a mãe com lágrima e dor.

Tanta gente comovida
Lua cheia que convida
Em nossa vida pensar
Tão lindo, tão terno, é só se emocionar.

Seguem os dois até a Igreja
Com cantigas antigas e muita reza
Ladainha matraca e incenso
Deixam recordação à bessa.

Mãe de Deus que sua dor
Nos ajude a caminhar
Com fé amor caridade
Os pecadores perdoar.



Kátia Bicalho - 03/08/13

Pedra no Sapato


No caminho dele, uma pedra

No de alguns, uma pedrada

No meu uma pedrinha.

 

Um virou poeta

O outro homem de apreço

Aliviar a dor do mindinho

Para mim não tem preço!

 

 

 

Kátia Bicalho– 19/07/13

 



Kátia Bicalho– 19/07/13

Papa Franciso



Mineira e brasileira
Não agradou de primeira mão
Ter um papa argentino
Me dando comunhão.

Mas todo papa que se preze
Acaba encantando o povão
E não foi diferente
A minha emoção.

Ao receber seu presente
Uma Santa em sua mão
Com um gesto carinhoso a beijou
Causando uma comoção.

Esta cena simples e bela
Resgatou   a minha fé
As lembranças do passado
Vieram junto com a Santa Sé.

Veio um choro compulsivo
Muitas lágrimas vertidas
Que Deus guarde nosso pastor
Na dificuldade da sua lida.
Kátia Bicalho – 25/07/13

Obediência 2



O escritor Paulo Leminski escreveu:

“Minha Mãe dizia
Ferve, água !
Frita, ovo!
Pinga, Pia!
E tudo obedecia”

minha mãe dizia
Caldeirão vigiado não ferve!
A gente saia e logo a água fervia.
Kátia Bicalho – 20/08/13


Nova Cara



O país tem nova cara
Mas não sei com quem se parece não
O mesmo que grita por justiça
Em outros casos mete a mão.

Cara metade , cara cheia
De um lado indignação
Do outro vê uma nota
E não pergunta quem perdeu não.

Pelo menos está melhor
Que trinta anos de reclusão
Acordando vai aos poucos
Enxergando a luz do sol na escuridão.

Tomara que esta turma cresça
E ocupe posição
Mas nunca deixe retornar
A antiga corrupção.


Kátia Bicalho – 25/07/13

Neymar


Neymar é meu bichinho
Querido de estimação
Assovia como um garoto
Mas na bicada, não brinca não.

Meu companheiro valente
Fica sozinho contente
Quando chegamos em casa
Já começa a confusão.

Quando corto sua asa
Vixi Maria, que gritaria
Assovia, assovia, com tanta euforia
Enche de som toda a periferia.

Voa, sai da gaiola
Vai direto para o espelho
Como Narciso ali fica
Admirando seu espetado cabelo.

Se deixar passa aí o dia
Neste eterna contemplação
Mas com o tempo bate a fome
Então pede para sair do chão.

Kátia Bicalho – 24/07/13

Mundo Virtual



Assisto a programas na televisão
E afirmo com certeza: esses lugares não são deste mundo
Lagos gelados, paisagens desérticas, exóticas
Grandes lagos, água límpida, animais selvagens.

Deve ser outro planeta, apesar da presença de humanos
A vida no meu  mundo tem prédios, trânsito caótico,
Ruas sujas, sons berrantes de funk, violência e corrupção.
Parece um pesadelo ou um surto psicótico.

Se estão indo para outro planeta
Eu também quero ver novo alvorecer
Se tiver que pagar dou até gorjeta
Mas, pare este mundo que eu quero descer!


Kátia Bicalho – 31/08/13

Minhas Irmãs



Infância vivida
Linda, tudo de bom!
Cada uma com seu jeito
Cada pele com seu tom.

Seguindo caminhos diferentes
Uma casa, outra descasa
Filhos, filhas, temporão
O tempo e sua transformação.

Hoje, cabelos de prata
Memória a se derreter
Família ninguém separa
É amor até se perder.



Kátia Bicalho– 19/07/13

Minha mãe


Grande mulher
Companheira sem igual.
Ficava à direita do pai
Em positivo aval.

Bonita inteligente, cristã e boa leitora.
Da bíblia sabia de cor o sermão.
Palavra cruzada, qualquer coisa,
Sempre atenta com um livro na mão.

No forno de lenha, fazia quitandas
Pães, broas, tudo na gamela e com farinha de trigo.
Gente, era muita coisa gostosa
Ainda sinto o gosto do doce de figo.

Almôndega e carne de panela
Ficavam na lata sob a banha de porco.
O doce Sônia e o Amor em Pedaços
Qualquer quantidade ainda era pouco.

Sua beleza sempre encantou
Pois mesmo passados os janeiros
Muito viçosa ficou.
Sorte de quem a puxou!

Saudade intensa dessa guerreira
Que nos bastidores da vida,
Com humildade e bondade,
Muitas lições de  amor e fé ensinou .
.


Kátia Bicalho – 03/08/13

Meu Pai


É difícil, para mim, falar dele
Pois a emoção me domina.
Falar desse homem, de bondade sem igual
Só quem o conheceu, sabe o quão era original.

Líder nato, amado por todos.
Quanta gente ele ajudou!
No silêncio da humildade,
Esses segredos, consigo guardou.

Perto dele ninguém passava fome.
Diria que foi multifuncional:
Psicólogo, padre, prefeito, amigo
E para nós, o pai sensacional.

Vivia a ética, a honestidade, a probidade,
O amor ao próximo e a verdade.
Nunca abandonou a missão
De servir, com dignidade, à comunidade.

Pai querido hei de amá-lo
Enquanto puder, neste torrão,
E, quando lá te encontrar,

Pedir benção e beijar sua mão.

Kátia Bicalho – 03/08/13

Meia idade


Estou inteira
Na meia idade
Mas para a vida
Já deixei a mocidade.

As muitas obrigações
Me levam ao afazer
Roubam dias , hora , anos
Dos meus momentos de  prazer.

Cada dia mais sozinha
Com medo da escuridão
Oro, rezo peço a Deus
Não cair em depressão.


Meu filho, minha vida
Um pássaro comportado
Amo muito, mas sei que um dia
Cria asa e vai para o cerrado.

Me ajude meu Senhor
Me dê forças e coragem
Para no caminho, com amor
Enfrentar a estiagem.

Kátia Bicalho– 19/07/2013

Maria Célia



Minha irmã desconhecida
Que tão pequena Deus tirou
Mas não deixo de falar
Pois na vida teve seu lugar.

No porta- retrato da sala
Seu rostinho ali ficava
Que boneca de menina
Sentadinha de bota e saia.

Obrigada irmãzinha
Tão linda tão rosadinha
Rezo sempre pra você
Um anjo sem asinha.


Kátia Bicalho – 03/08/13

Mania



Nem
                Pem
Mem
                Derimofem
Seringotem.


Num
                Pum
Mum
                Derimofum
Seringotum.


Edinho
                Pinho
Minho
                Derimofinho
Seringotinho.


Kátia Bicalho – 18/08/13

Jogo de Buraco



A casa parecia um cassino
Jogo duro sem valer um tostão
Tinha rodada de fora
Muito palpite de sapão.

“Tamo perdendo tempo”
Repetiam com exaustão.
Logo a mesa estava pronta
Não tinha hora pra acabar a sessão.

Os jargões eram ditos sem parar:
“Deitou vai dormir no colchão EPEDA"
"Pode peidhah", "boa noite Celeste”e tantos mais.
Saía uma dupla, outro círculo voltava a se formar.

Até o padre entrava nessa
E às vezes perdia a compaixão
Brigava, xingava e voltava
Mas antes pedia perdão.

Pai, mãe, padre, Doidão, Dinho, Tarcísio, Jorge,
E muitos outros amigos do coração.
Os filhos e filhas, na espera.
Os netos jogavam sentados no chão.


Kátia Bicalho – 20/08/13

Jaboticaba



Fruta que mais gosto
Pego a estrada para apreciar
Não só o gosto da infância
Mas a imagem é de encantar.

A árvore cheinha
No quintal ainda está
Com os galhos pretinhos
E maritacas a gritar.

Subo na escada improvisada
E fico ali até me fartar
E já penso no outro dia
Este ritual recomeçar.


Kátia Bicalho – 29/07/13

Ia


Minha galeguinha loirinha
Hoje é um mulherão
Sempre estudiosa, faz medicina
E aguenta firme o rojão.

Minha afilhada querida
Filha, irmã sempre família
Cuide-se bem no dia a dia
Não deixe a alma ferida.

Te desejo no futuro
Muito sucesso e alegria
Cresça sempre nesta vida
Como um anjo cresceria.


Katia Bicalho – 24/07/13

Filho Temporão.



Na verdade no dicionário
Palavra certa não é esta não
Filho de mãe mais velha
Tem apelido de temporão.

Na idade tem distância sim
Na convivência não
Pois onde impera o amor
Faixa etária é diversão.

Joga bola, fura bola,
Liga micro, funciona não
Tenta cabo, técnico, 0800
Volta pra bola, melhor atração.

Tempo passa, tempo voa
Mãe vive de recordação
Filho sempre olha pra frente
Escutando a conversação.

Mesmo que seja diferente
O jovem não é bobo não
Pois busca na sua origem
Destino e orientação.


Kátia Bicalho– 19/07/2013

Credo



Eu creio
                Eu posso
                               Eu consigo

Assim penso, assim vivo
Se der certo a reza é “braba”
Se não deu
                Deus quis assim!



Kátia Bicalho – 29/07/13

Enterro


Convido a todos para meu enterro
Não tem dia , nem hora, nem lugar
Só sei que começa hoje
Minha morte consumar.

A angústia e a tristeza
É que vão me levar
Apertando devagar
Conseguirão me sufocar.

Espero que demore uns anos
Pra meu filho ver formar
Quem sabe até casamento
Ou mesmo de neto cuidar.

Talvez amanheça melhor
E o convite irei desfazer
Mas caso não mande recado
Este mesmo vai valer.


Kátia Bicalho– 25/08/13

Vozes e Sonhos


Somos quatro coleguinhas,
Na faixa dos cinquentinha,
Com nossas Vozes e Sonhos
Alegramos outras vidinhas.

Com um teclado na mão
Chique-chiques de latinhas,
Entoamos uma nova canção
E também velhas modinhas.

São mocinhas e mocinhos
De cabeça até branquinha
Mas conservam na alma
A alegria de uma valsinha.

Mesmo em cadeiras de roda,
Com ou sem bengalinha,
Muitos ousam um passinho,
Até uma reboladinha.

Uma hora de cantoria,
Sem ensaio, mas com harmonia,
Tanta alegria para uns,
O que importa a sinfonia?
Kátia Bicalho – 19/07/13

Silêncio


Amo o silêncio
Psiu! Silêncio!
Não consigo escutar!
Ruídos, barulho, sons fortes.
Psiu! Silêncio!
Uma gota vai pingar.

Quanta vida se perde
Em altíssimos decibéis
Psiu! Silêncio!
Uma abelha vai passar.

Psiu!  Silêncio!
Sua alma quer falar
Psiu! Silêncio!
Pare para escutar
Psiu! Silêncio!
Do mundo ela pode te salvar.


Kátia Bicalho – 24/08/2013