domingo, 1 de setembro de 2013

Jogo de Buraco



A casa parecia um cassino
Jogo duro sem valer um tostão
Tinha rodada de fora
Muito palpite de sapão.

“Tamo perdendo tempo”
Repetiam com exaustão.
Logo a mesa estava pronta
Não tinha hora pra acabar a sessão.

Os jargões eram ditos sem parar:
“Deitou vai dormir no colchão EPEDA"
"Pode peidhah", "boa noite Celeste”e tantos mais.
Saía uma dupla, outro círculo voltava a se formar.

Até o padre entrava nessa
E às vezes perdia a compaixão
Brigava, xingava e voltava
Mas antes pedia perdão.

Pai, mãe, padre, Doidão, Dinho, Tarcísio, Jorge,
E muitos outros amigos do coração.
Os filhos e filhas, na espera.
Os netos jogavam sentados no chão.


Kátia Bicalho – 20/08/13

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