Vejo uma ovelha desgarrada
Sozinha longe do rebanho
Com medo com fome com sede
Desprotegida e vulnerável no sonho.
Talvez triste por estar tão longe
Talvez feliz pela liberdade a frente
Mas o caminho está mais escuro
Não tem com quem dividir o peso da corrente.
O rebanho cada vez mais se distancia
Por diversos motivos aos poucos se esvai
A luz do dia vê a longa estrada
Não há placa para aquele que se distrai.
Kátia Bicalho -22/03/2015
domingo, 22 de março de 2015
sábado, 21 de março de 2015
Dor do Desamor
Insuportável ver dor naqueles olhos claros
Mais ainda no imaturo coração.
A encruzilhada se apresenta a frente
Bifurca-se entre o bem e a desilusão.
O rosto inerte em frente ao espelho
Olha fixo o quadro meio sem vida
Que se arrasta pelo chão de madeira
Como cobra d’água em noite fria.
Acende uma vela em oração, em vão.
Todos os santos invocados nesse favor
O mundo revirado de cabeça para baixo
Muda enfoque dado ao dissabor.
A vela queima próximo à imagem distorcida
De joelho ao chão implora e chora
A força da fé é o que impera nessa hora
Pede que um milagre ocorra agora.
A mente sabe, eu sei, todos sabem
Qual o caminho certo para seguir
No desamor, só o amor consegue
Um grande dilema diluir.
Balde de Água Fria
Quando achei que era para mim
A distância providencial para mim
O motivo da festa era eu
A saudade era de mim
Como nunca me arrumei
Roupa da moda no sudeste
Todo o corpo perfumei
Batom combinando com a veste.
Vem o balde de água fria
Gelado como açaí
Era tudo para uma outra
Quantas mais há por aí.
Que vontade de ser um verme
De rastejar para longe dali
De tirar toda roupagem
Preparada com esmero para ti.
Mesmo com o orgulho ferido
Engoli a seco e me diverti
Mesmo chorando por dentro
Por fora eu só sorri.
Senti raiva e medo sem fim
Vazio em todo meu ser
Compadecida de pena de mim
Vi o abismo aparecer.
As cortinas então se fecham
Ao som do Bolero de Ravel
Sem aplausos e sem platéia
Exponho no varal um novo cordel.
Kátia Bicalho - 21/03/2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
Minhas Razões
Eu tenho minhas inúmeras razões
Para entender o mundo desse jeito
Você tem suas múltiplas razões
Para não entender o mundo do meu jeito.
As crenças vivências e convicções
Dão sentido a minha razão
Sua descrença em minhas convicções
Faz com que perca comigo a razão.
Tudo pode ser ou não ser
Escolha entre o sim e o não
A sorte lançada na união
De vidas que nunca tem razão.
Kátia Bicalho -03/03/2015
Corpos de Luz
Estrela de sol e lua de mar
Corpos iluminados cheios de luz
Amigos anjos santos sombras
Inalam fumaça em sinal da cruz.
Serenidade alcançada com fé
Sensação de torpor no pensamento
Existência nula cruel e dura
Ponto disforme no firmamento.
Gotas de água refletem cores
Prisma de corpo de luz brilhante
Como arco-íris em tarde molhada
Se apagando no horizonte distante.
Kátia Bicalho - 03/03/2015
Tudo ou Nada
Um não existe sem o outro
Ambos existem em mim.
As vezes mergulho no tudo,
Outras me perco num nada sem fim.
Entre esses dois extremos
Outros antagônicos singelos:
Bem e mal, amor e ódio, eu e você
Encontros, ao acaso, tão belos.
Tudo sentir, nada fazer
Nada buscar, tudo querer
Tudo sonhar, nada conquistar
Nada ser sem o tudo que é você.
Katia Bicalho - 04/03/2015
Pipa
Pipa
Pipa faço com vareta, papel e cola,
Cerol, no cordão, não pode não!
Perigo de acidente e corte na mão.
Fico ali admirando o voo e pensando:
Que lindo céu está me olhando!
Kátia Bicalho – 18/03/2015
Frases Soltas ao Vento
Alma deixa eu ver sua alma
Situação de emergência
Deixar sua casa
O trem da vida
Estabilidade em seu espaço interno
Fica comigo
Quando acabar
Recomeçar
Presente para a vida
Brilho no olhar
Laços de sangue
Doar e receber
Ficar perto de você
Quantas vidas se acham e se perdem
Centro da cidade
Outra chance
Pressão sobre mim
Preconceito
Chegou no limite
Felicidade
Pintar um quadro
Desenhar uma fala
Flor de diamante
Flor de Liz
Flor da noite
Flor da vida
Dama da noite.
Kátia Bicalho - 12/03/2015
No Bar
Na esquina da rua
Num dia qualquer
Num intenso calor
Num mundo sem pé.
Pessoas se encontram
Conversam acalantam
Comentam e cantam
Se beijam e dançam.
Kátia Bicalho - 12/03/2015
Vermes
Tem certos vermes que causam nojo
E tem pessoas que se assemelham a bichos
Arrastam pela vida como lesmas
Deixando um rastro por onde rasteja.
Como bicho de goiaba
Branco nojento e lento
Sempre querendo mais e mais
Tudo que a outro pertença.
O verme não quer carro zero
Quer a carroça do outro
Não veste roupa de grife
Quer a usada do outro.
O verme com sua pele desbotada
Deixa o outro de cara amarrotada
O verme ostenta e mente
O outro vive simplesmente.
Kátia bicalho - 13/03/2015
domingo, 8 de março de 2015
Alma Que se Deixa Olhar
Calma amado com essa visão em flecha
Respeite meu jeito criança de amar
Não coloque tanta força nesse olhar
Sei que você não quer se apaixonar.
O sorriso constante, esse menino travesso
Com as adversidades sempre a brincar
Oferecendo um abraço aconchegante ao bailar
Transformou a amizade em amor ao luar.
E agora que não vejo você
Que nem sei se gravou nosso olhar
Quanta coisa com que se preocupar
E eu aqui querendo apenas sonhar.
Sonhe comigo também, faça essa viagem no ar
Dance comigo mesmo não sabendo mais dançar
Olhe para mim com sua alma linda no olhar
Num paraíso eterno tente nossas vidas transformar.
Kátia Bicalho - 06/03/2015
terça-feira, 3 de março de 2015
A Força de Um Olhar
Olhamos tanta coisa em um dia
Vemos tantos rostos caras bocas a falar
Aí vem como coisa da pomba gira
A fixação de um olhar em outro olhar.
Basta isso para paralizar o mundo inteiro
Durante esse tempo que parece estagnado
Tudo acontece sem consentimento do meio
O ar nos pulmões rareia e o coração pulsa disparado.
Tudo que havia antes cai por terra
Nada resta e um novo mundo cresce
Esses segundos a sanidade enterra
E o desejo de um novo amor aparece.
O passado em fumaça se desvanece
O futuro se distancia para além do mar
Delicadamente o fugaz presente oferece
A delícia de um olhar em outro olhar.
Kátia Bicalho -02/03/2015
Gosto de Ressaca
Levanta faz café toma o café
Faz xixi não toma o xixi acanha
Faz hora sem hora sem fé
Volta pra cama.
Levanta de novo lava a cara com decência
Suco detox amassa o boldo engana
Faz cara feia toma com sofrência
Chora na cama.
Nova promessa nunca mais padecer
Se ergue por poucos segundos inflama
Sem força como quem vai morrer
Acaba na cama.
Kátia Bicalho - 01/03/2015
Gota de Suor
A gota de suor escorria pelo rosto lentamente,
Seguindo com precisão o contorno
Das marcas na pele deixadas pelo tempo.
O tom da pele entre o amarelo e pardo,
A barba branca recortada como moldura
Tudo meio tom sobre tom de uma pintura escura.
O som da voz sem emoção
Não trouxe à tona o sentimento efervescente
Do beijo quente na ponta da orelha.
Sem música, sem lágrima, sem dor
Sem tremedeira e sem emoção
Morre, sem nascer, uma grande paixão.
A gota de suor na altura do olho
Virou uma lágrima congelada em minha visão
Não conseguiu viver para cair no chão.
Kátia Bicalho - 01/03/2015
Beijo Quente
Se distrair olhando para o nada
Ouvir um bom dia de voz doce e suave
E, sem perceber a aproximação,
Receber um beijo quente na ponta da orelha.
Sentir frio na barriga e arrepio no corpo
Como fosse algo novo, nunca experimentado,
Que reaparece a cada pensamento
Como choque em fio desencapado.
O cheiro morno da boca entreaberta
Volta como bumerangue nas entranhas,
Detonando novo calafrio afebril
Feito um vento frio no ventre em chamas.
Que gostoso sentir o que senti
Que saudade de sentir o que senti
Que medo de sentir o que senti
Que vontade de sentir sempre o que senti.
Kátia Bicalho- 24/ 01/2015
domingo, 1 de março de 2015
Ainda um sopro bem fraquinho
Possibilidades existem aos milhões, mas saber como fazer para encontrá-las é o enigma. Sempre digo o sol nasce para todos, mas a sombra para alguns. E quem são esses "alguns". Exatamente, eu não sei. Crio esse blog sem conhecer muito sobre blogs. Mas com tanta informação, por quê não conhecer? Talvez hoje mais que nunca as pessoas com mais experiência de vida, ou seja, mais velhas entram tardiamente na fase dos porquês. Soprar o vento talvez seja inútil, mas será que tudo o que fazemos é tão útil assim?
Vou soprar o vento e ver o que acontece. Kátia B . 27/08/2013
Ando soprando o vento e não é que tenho sido surpreendida com as brisas que voltam afetivas e apaixonantes! Vou continuar soprando e observando, só que agora como Kátia Bicalho. 01/03/2015
Vou soprar o vento e ver o que acontece. Kátia B . 27/08/2013
Ando soprando o vento e não é que tenho sido surpreendida com as brisas que voltam afetivas e apaixonantes! Vou continuar soprando e observando, só que agora como Kátia Bicalho. 01/03/2015
Maria Antônia
Tié, Tonha, Maria Antônia
A companheira de copo e de cruz
Com seus olhos agateados
Cheios de encanto e de luz.
Já aprontamos muito por aí
E muito mais vamos fazer
Para disso não esquecer
Trouxe uma agenda para você.
A agenda do ano de 2015
Tem um pedacinho de mim
Páginas estão abertas
Para anotar sonhos sem fim.
Kátia Bicalho - 22/11/2014
Dedicatória a Maria Antônia na agenda do CRO 2015
Bar Inclinado
No meio da ladeira
Num morro danado
Fica o Bar do Toninho
Que apelidei de Bar Inclinado.
Nesse bar meio de lado
Muita história já foi contada
Amores feitos e desfeitos
Muita amizade atrelada.
A cerveja gelada
A doce Elcir oferece
Aí quem desceu não sobe
E quem subiu não desce.
A clientela é cativa
De segunda a segunda aparece
E com sua toda simpatia
O Toninho agradece.
Kátia Bicalho - 21/02/2015
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